De acordo com uma declaração publicada pelo Instituto Filipino de Pesquisa em Paz, Violência e Terrorismo (PIPVTR), recentemente, alguns grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico (IS) no sudeste da Ásia, realizaram suas primeiras transações utilizando criptomoedas.
Publicado em 20 de maio, a declaração diz que os fundos rastreados estão ajudando a financiar grupos terroristas regionais como o Jemaah Ansharut Dalauh e o Mujahideen Eastern Timur em Mindanao.
Lavagem de dinheiro
A declaração publicada, revelou com detalhes o uso de criptomoedas para uma operação de lavagem de dinheiro. A operação em questão, se baseava em duas fases de acordo com o PIPVTR. Na primeira fase, os ativos de criptomoeda de “origem suspeita” foram canalizados por meio de trocas não identificadas. Assim, as transações “ofuscariam deliberadamente” as origens das criptomoedas, o que dificultaria o seu rastreamento.
No que diz respeito a fase dois, onde o ciclo de lavagem de dinheiro acabava, o PIPVTR detalhou:
“A segunda fase se refere a uma troca desses ativos de criptomoeda em moeda fiduciária que, então, devolve os fundos ao ciclo monetário legal. Em exchanges somente de criptomoeda, as criptomoedas podem ser trocadas entre si.”
A declaração destaca que grupos terroristas do sudeste da Ásia podem negociar criptomoedas fora da supervisão de instituições reguladoras. O que gera preocupações, visto que a estrutura legal é fraca.
O pedido do instituto, é para que as autoridades passem a implementar procedimentos contra o terrorismo e contra a lavagem de dinheiro em criptomoedas. Pois pelo sistema fraco do local, o governo é o acusado de perder o controle dos fluxos financeiros.
Ajuda para financiamento terrorista
Além disso, na declaração publicada pelo instituto, também foi citado o caso Marawi Siege, o qual ocorreu em 2017. O caso se tratava de relatos não confirmados, de remessas privadas e correios de criptomoedas, o que ajudava a financiar os grupos terroristas envolvidos na época. Mas, o caso foi ignorado totalmente pelas autoridades.
Há também, preocupação por parte do PIPVTR com o aumento de “criptoativos anônimos”, tais como o Monero (XMR), pois facilitam a anonimidade de atividades ilegais.
Foi descoberto que, em 2017, um apoiador do ISIS dos EUA recebeu uma sentença de 13 anos! O apoiador em questão havia ajudado a financiar a organização terrorista usando criptomoedas, inclusive BTC.
Entretanto, a Blockchain Chainalysis, empresa forense, publicou um relatório onde citava diversas histórias sobre grupos terroristas que utilizavam criptomoedas. De acordo com o relatório, muitas notícias sobre o assunto foram abafadas ou baseadas em informações incorretas.