No cenário em evolução das criptomoedas, a transparência e a conformidade regulatória se tornaram primordiais para promover a confiança entre investidores e instituições financeiras tradicionais.
Mike Belshe, CEO da BitGo, enfatizou a importância das empresas de criptomoedas se tornarem públicas para preencher a lacuna com Wall Street. Falando no Consensus Hong Kong 2025, Belshe declarou:
“Uma das coisas que eu acho, para abordar Wall Street, é que você precisa ser uma empresa pública.”
Belshe destacou tentativas anteriores de empresas de Wall Street de se envolver com entidades privadas de criptomoedas, citando o exemplo da FTX, que terminou desfavoravelmente. O colapso da FTX ressaltou a necessidade de diligência prévia rigorosa e adesão aos padrões regulatórios definidos por órgãos como a SEC.
Belshe observou que Wall Street reconheceu que “a diligência realmente importa” e que abraçar o status de empresa pública é essencial para construir confiança.
Fundada em 2013, a BitGo se estabeleceu como uma importante custodiante de criptomoedas, atendendo a mais de 1.500 clientes institucionais em 50 países e processando aproximadamente 8% das transações globais de Bitcoin por valor. A empresa está considerando uma oferta pública inicial (IPO) já no segundo semestre de 2025. Embora as discussões com possíveis consultores estejam em andamento, nenhum cronograma definitivo foi confirmado. Este movimento se alinha com uma tendência mais ampla de empresas de criptomoedas que buscam listagens públicas para aumentar a transparência e a credibilidade.
Tom Farley, CEO da Bullish Global, ecoou sentimentos semelhantes sobre os benefícios das listagens públicas. A Bullish Global, uma operadora de câmbio de criptomoedas apoiada por investidores notáveis, incluindo Peter Thiel, também está explorando a possibilidade de um IPO em 2025. A empresa está colaborando com a Jefferies Financial Group Inc. e a JPMorgan Chase & Co. na listagem potencial. Farley observou:
“Ser listada publicamente demonstra o comprometimento de uma empresa com a transparência e pode inspirar maior confiança entre os investidores.”
A tendência de empresas de criptomoedas considerando ofertas públicas está ganhando força. A Gemini, empresa de criptomoedas fundada pelos gêmeos Winklevoss, está supostamente contemplando um IPO neste ano. As discussões com potenciais consultores estão em andamento, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada.
O ímpeto para essas ofertas públicas é multifacetado. Abrir o capital não apenas aumenta a transparência, mas também sujeita as empresas a uma supervisão regulatória mais rigorosa, o que pode mitigar os riscos associados às operações privadas.
O desastre da FTX serve como um conto de advertência, ilustrando as armadilhas potenciais de operar sem escrutínio regulatório suficiente. Ao adotar listagens públicas, as empresas de criptomoedas visam construir confiança com entidades financeiras tradicionais e o público em geral.
O clima político atual reforça ainda mais as perspectivas para as empresas de criptomoedas. Com uma administração pró-criptomoedas sob o presidente Donald Trump e um Congresso controlado pelos republicanos, há otimismo sobre desenvolvimentos regulatórios favoráveis.
A nomeação de autoridades favoráveis às criptomoedas para cargos importantes na SEC e na CFTC pode abrir caminho para mudanças políticas significativas. Embora esses desenvolvimentos possam levar tempo, a base está sendo preparada para um ambiente regulatório mais flexível.
No entanto, a jornada para os mercados públicos não é isenta de desafios. O cenário de IPOs em 2025 foi descrito como lento, com várias empresas que abriram o capital apresentando desempenhos abaixo do esperado. Fatores como volatilidade do mercado, complexidades regulatórias e disponibilidade de capital privado contribuíram para essa tendência. Apesar desses obstáculos, a mudança para listagens públicas é vista como um passo crucial para o amadurecimento e legitimação da indústria de criptomoedas.