Eric Trump, filho do presidente americano Donald Trump, emitiu um alerta ousado ao setor bancário global: adotar criptomoedas ou correr o risco de serem extintos na próxima década.
Em entrevista à CNBC, Trump criticou o sistema financeiro tradicional como “quebrado”, chamando-o de lento, custoso e feito sob medida para beneficiar os ultrarricos. Ele atribuiu a essas falhas o impulso para o mundo das criptomoedas.
“Isso me forçou a entrar no mundo das criptomoedas. E eu te digo, se os bancos não prestarem atenção ao que está por vir, eles serão extintos em 10 anos.”
Eric Trump argumentou que a tecnologia blockchain oferece uma alternativa superior aos sistemas financeiros tradicionais, especialmente para pagamentos internacionais. Ele criticou a rede SWIFT — a espinha dorsal das transferências globais de dinheiro — chamando-a de um desastre absoluto.
“Não há nada que possa ser feito em blockchain que não possa ser feito melhor do que a maneira como as instituições financeiras atuais estão trabalhando.”
Contrastando os sistemas tradicionais com as transferências instantâneas e de baixo custo possíveis por meio de plataformas de finanças descentralizadas (DeFi).
Um gráfico abaixo compara os tempos médios de liquidação com os das stablecoins, reforçando visualmente seu ponto, destacando como os sistemas DeFi agora superam as ferramentas financeiras tradicionais.
Os comentários de Eric ocorrem em um momento de forte divisão entre os defensores das criptomoedas e as autoridades financeiras tradicionais. Recentemente, o Banco da Itália emitiu um Relatório de Estabilidade Financeira alertando sobre os riscos sistêmicos representados pelo Bitcoin e pelas stablecoins, citando a crescente volatilidade e exposição financeira entre empresas não financeiras.
Enquanto isso, defensores das criptomoedas e vários executivos de fintech de alto nível argumentam que a tecnologia blockchain não é apenas o futuro — ela já está se mostrando uma alternativa mais rápida e equitativa ao status quo. Eles também apontam para governos, incluindo os EUA, que estão começando a adotar políticas mais favoráveis às criptomoedas em 2025, sinalizando uma possível mudança em direção à aceitação generalizada.
A defesa de Eric Trump por ativos digitais não é nova. No final de 2024, ele previu que o Bitcoin inevitavelmente atingiria US$1 milhão por moeda, alegando que as instituições globais seriam forçadas a adotá-lo para se manterem competitivas.
Ele reforçou essa postura otimista esta semana durante uma palestra na conferência Bitcoin MENA, onde novamente elogiou o papel do Bitcoin na transformação das finanças.
Agora, Trump está dando um passo adiante ao lançar sua própria stablecoin. Em março de 2025, a família Trump lançou o USD1, uma stablecoin indexada em 1:1 ao dólar americano e lastreada por títulos do Tesouro de curto prazo e equivalentes de caixa. O token opera na BNB Chain, uma rede desenvolvida pela Binance. Eric comentou:
“O USD1 é como as finanças modernas devem ser: seguras, rápidas e transparentes.”
O lançamento do USD1 não ocorreu sem controvérsia. Uma investigação do Wall Street Journal em março alegou um acordo de bastidores entre a família Trump e a Binance, sugerindo uma possível participação em um acordo comercial de criptomoedas projetado para reativar as operações da Binance.US nos EUA.
Embora tanto o ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao, quanto o presidente Trump tenham negado as alegações, a recente adesão pública de Eric Trump à BNB Chain e ao USD1 alimentou ainda mais especulações sobre conexões mais profundas entre a família Trump e a gigante das criptomoedas.
O alerta aos bancos é claro: inovem ou pereçam. Sua visão de um futuro financeiro descentralizado contrasta fortemente com os alertas recentes de reguladores globais como o Banco da Itália. Resta saber se os bancos tradicionais atenderão ao alerta, ou se serão prejudicados por concorrentes nativos de blockchain.
