Julho trouxe um forte ressurgimento dos tokens não fungíveis (NFTs), com a capitalização de mercado total se recuperando acentuadamente. Dados do DappRadar mostram que a capitalização de NFTs voltou a US$6,6 bilhões, representando um ganho mensal de 94%, atingindo níveis não vistos desde o início de 2025.
A atividade de negociação seguiu o exemplo, com as vendas semanais subindo para US$136 milhões, um aumento de 51% em relação à semana anterior — o desempenho de negociação de NFTs mais robusto em meses.
Essa alta ocorre após uma contração sustentada nas negociações do segundo trimestre de 2024 ao segundo trimestre de 2025. Em 10 de julho, o volume de NFTs havia diminuído constantemente ao longo desse período de um ano, ressaltando o quão pronunciada foi essa recuperação recente.
Na vanguarda da recuperação está a icônica coleção CryptoPunks, baseada em Ethereum. Seu preço mínimo médio subiu cerca de 53%, atingindo cerca de 47,5 ETH — equivalente a quase US$180.000 em dólares — em 24 horas.
Esse salto em um único dia se traduziu em um aumento de quase 16% em relação ao piso inicial de 40,9 ETH; além disso, 83 Punks mudaram de mãos com a entrada de novos colecionadores.
Uma venda de destaque envolveu o CryptoPunk #5577 — o raro avatar pixelado com tema de macaco e chapéu de cowboy — adquirido pela GameSquare Holdings por aproximadamente US$5,15 milhões em ações preferenciais. O vendedor: Robert Leshner, fundador do Compound Protocol, que agora se juntará à GameSquare como acionista. A raridade da peça é ressaltada pelo fato de existirem apenas 24 punks com temática de macacos, e que esta peça foi vendida originalmente em 2022 por US$7,7 milhões, após ter sido reivindicada por apenas US$454 em 2017.

Sara Gherghelas, analista da DappRadar, destacou a importância cultural dos CryptoPunks:
“Eles ainda são o padrão ouro da influência da Web3… Para alguns, possuir um punk é mais do que lucro — é status, pura e simplesmente.”
Outra coleção Ethereum que está chamando a atenção é a Pudgy Penguins. Por um breve momento, eles ultrapassaram os CryptoPunks em volume de negociação semanal, registrando mais de US$20 milhões em vendas. Embora os CryptoPunks tenham eventualmente recuperado a liderança em volume, o episódio demonstra um apetite maior entre os colecionadores por NFTs blue-chip e tendências.
Alimentando a energia renovada do mercado, a CryptoBatz — a linha de NFTs associada a Ozzy Osbourne — também se recuperou, registrando um pico de 400% na atividade após a notícia de seu falecimento. Embora a CryptoBatz represente um segmento muito menor, esse tipo de pico emocional e motivado por eventos continua a moldar o comportamento dos colecionadores.
A retomada de julho também coincide com especulações sobre ciclos futuros mais amplos de NFTs. Analistas apontam a necessidade de novos catalisadores — como a tokenização de ativos do mundo real e o lançamento de NFTs de marca (por exemplo, uma iniciativa recente de Snoop Dogg supostamente vendeu quase um milhão de NFTs em menos de 30 minutos) — como chave para sustentar o impulso.
Ainda assim, o setor permanece frágil. Preocupações com comportamento especulativo, wash trading, pumps impulsionados por celebridades e falta de utilidade real continuam a pairar. Manchetes recentes envolvendo NFTs de alto perfil — como CryptoPunks e Pudgy Penguins — parecem menos especulativas e talvez mais simbólicas, sinalizando uma confiança institucional renovada em colecionáveis digitais blue-chip testados pelo tempo.