Reservas de Ether caem com ETFs e tesourarias corporativas

Reservas de Ether caem com ETFs e tesourarias corporativas

As reservas de Ether (ETH) em corretoras centralizadas caíram para os níveis mais baixos em três anos, refletindo o aumento da adoção institucional por meio de fundos negociados em bolsa (ETFs) e a tendência crescente de empresas adicionarem ETH aos seus balanços.

De acordo com a plataforma de análise on-chain CryptoQuant, as reservas diminuíram de cerca de 28,8 milhões de ETH em setembro de 2022 para aproximadamente 17,4 milhões hoje — uma queda de quase 40%. Somente nos últimos três meses, cerca de 2,5 milhões de ETH foram retirados das corretoras, sinalizando uma significativa restrição de oferta.

O declínio na liquidez disponível coincide com a rápida ascensão dos ETFs de Ether à vista, que estrearam nos EUA em julho de 2024, após anos de expectativa. Dados da CoinGlass mostram que esses fundos já atraíram mais de US$ 13 bilhões em entradas líquidas, com julho estabelecendo um recorde de US$ 5,4 bilhões.

Embora os ETFs de Bitcoin tradicionalmente dominem os fluxos institucionais, a utilidade única do Ether — gerar recompensas por staking enquanto serve como espinha dorsal para DeFi e redes de camada 2 — criou uma nova categoria de demanda que o Bitcoin não consegue replicar.

(Reservas de exchanges de Ethereum – Todas as exchanges.)

O boom dos ETFs foi liderado pelo iShares Ethereum ETF (ETHA) da BlackRock, que rapidamente se tornou um dos fundos de crescimento mais rápido do mundo, ultrapassando US$ 16 bilhões em ativos sob gestão até esta semana. No total, os ETFs de Ether à vista agora detêm cerca de US$ 24 bilhões, de acordo com a CoinMarketCap. Analistas sugerem que essa onda de entradas institucionais não é meramente especulação de curto prazo, mas parte de uma mudança mais ampla na forma como o Ethereum é avaliado como investimento e ativo de infraestrutura.

As tesourarias corporativas também estão emergindo como uma força poderosa por trás da drenagem da oferta. Várias empresas de capital aberto adotaram o ETH como ativo de reserva, citando seu duplo papel como reserva de valor e instrumento gerador de rendimento.

A SharpLink Gaming foi uma das primeiras a anunciar publicamente uma estratégia de tesouraria em 2025, levantando US$ 425 milhões por meio de uma colocação privada e usando os fundos para adquirir quase 798.000 ETH — atualmente avaliados em cerca de US$ 3,5 bilhões.

Em julho, a BitMine Immersion Technologies divulgou que havia acumulado 1,86 milhão de ETH, representando cerca de 1,5% de todo o estoque circulante. Outra participante, a The Ether Machine, revelou ter 495.000 ETH em carteira, além de planos para uma listagem na Nasdaq.

De acordo com a Ethereum Treasuries, pelo menos 17 empresas de capital aberto agora controlam coletivamente mais de 3,6 milhões de ETH, destacando o papel crescente do ativo nas finanças corporativas.

Um grande incentivo é a capacidade de fazer staking de ETH, o que não apenas garante a segurança da rede Ethereum, mas também gera rendimento. Um analista da Bitfinex enfatizou recentemente:

“Ao contrário do Bitcoin, o ETH funciona tanto como um ativo macro quanto como um ativo de produtividade, já que a receita de staking retorna aos detentores, enquanto o Ethereum garante mais de US$ 100 bilhões em ativos tokenizados em plataformas DeFi e de camada 2.”

O próprio ecossistema de staking tem visto um impulso renovado. Esta semana, a fila de entrada para staking do Ethereum atingiu seu nível mais alto desde 2023, com mais de 860.000 ETH — no valor de aproximadamente US$ 3,7 bilhões — aguardando para serem staking.

O aumento demonstra a crescent e confiança na proposta de valor de longo prazo do Ethereum e ilustra como múltiplos fluxos de demanda estão convergindo para garantir a oferta.

Os ETFs agora buscam expandir também para staking, o que pode ampliar ainda mais a demanda. Vários emissores, incluindo BlackRock e Fidelity, protocolaram emendas junto à SEC buscando permissão para staking de parte de seus ativos em Ether.

Se aprovado, isso permitiria que ETFs regulamentados capturassem o rendimento de staking para os investidores, criando um poderoso incentivo para entradas adicionais. Fabian Dori, diretor de investimentos da Sygnum, argumentou recentemente:

“O staking poderia ser a próxima fronteira para ETFs de Ether, já que combinar exposição regulamentada com potencial de ganho de rendimento os diferenciaria dos produtos tradicionais.”

(ETFs de Ether dos EUA.)

A SEC deve tomar uma decisão final sobre os recursos de staking até outubro, com os participantes do mercado acompanhando de perto o resultado. Se os reguladores derem sinal verde, os analistas preveem uma aceleração significativa da adoção institucional, já que os ETFs não mais apenas forneceriam exposição ao preço, mas também entregariam retornos consistentes por meio de recompensas de staking.

No geral, o forte declínio nas reservas cambiais destaca a mudança do Ethereum de ativo de negociação especulativa para um pilar fundamental de portfólios institucionais e tesourarias corporativas. Com ETFs e tesourarias absorvendo a oferta enquanto o staking se mantém ainda mais restrito, a liquidez disponível de Ether está se estreitando, assim como a demanda está se ampliando.

Para os investidores, essa crise de oferta pode preparar o cenário para maior volatilidade no curto prazo, mas também reforça o papel crescente do Ethereum como um ativo multidimensional na economia digital.


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