Aplicativo de rastreamento do COVID-19 da Rússia

Poderia a tecnologia Blockchain ser uma solução melhor para avaliar dados relacionados ao corona vírus na Rússia?

Um aplicativo denominado de “Monitoramento social” foi disponibilizado na loja do Google Play, no dia 25 de março. O aplicativo foi projetado para monitoramento social e oferece à seus usuários também um acesso a serviços de emergência.

Por pedir muitas permissões confidenciais, como geolocalização, emparelhamento bluetooth, dados biométricos e chamadas, os usuários rapidamente notaram que os dados também estavam sendo transmitidos sem criptografia. E os usuários não gostaram nada disso! Por conta disso, a classificação do aplicativo na manhã de 1º de abril, era de uma estrela no Google Play. Posteriormente, no mesmo dia, o aplicativo sumiu completamente da loja.

É fato, que governos de todo o mundo enfrentam escolhas difíceis diante da grande crise causada pela pandemia de corona vírus. E na Rússia não é diferente. É necessário rastrear e contabilizar a quantidade de pessoas infectadas pelo vírus, mas tem se tornado cada dia mais difícil realizar essa tarefa sem que se comprometa a privacidade e a segurança individuais. Mas, especialistas acreditam que a tecnologia blockchain poderia fornecer uma solução viável.

O Dr. Javier Estrella, CTO do GeoDB, relata que: “A grande maioria das pessoas está começando a entender as tecnologias de contabilidade distribuídas e que as principais vantagens não estão nas soluções técnicas, mas nas abordagens que as levam a elas. Em essência, há um recurso que se destaca nos sistemas criados com essas tecnologias, a confiança distribuída, e isso é algo totalmente novo.”

Estrella, completa: “Quem pode garantir aos cidadãos que esses dados serão usados apenas para lidar com a atual crise da saúde e que os dados divulgados pelos países não foram alterados?”

Já o fundador e CEO da plataforma blockchain CREDITS (CS), Igor Chugunov, acredita que: “Um registro baseado em blockchain de pacientes COVID-19 apresentaria dados maximamente objetivos que nem o paciente nem o provedor seriam capazes de falsificar. Ao mesmo tempo, os dados descentralizados protegidos por criptografia fornecem proteção máxima à privacidade.”

Obviamente, desistir da ideia de usar tecnologia para monitorar os habitantes infectados não era uma opção para o governo de Moscou. O presidente do parlamento de Moscou, Aleksey Shapashnikov, conta que a cidade está desenvolvendo um banco de dados para armazenar fotos e informações sobre os cidadãos que estão infectados.

No início do mês de Abril, mais precisamente ao dia 3, o governo de Moscou começou a distribuir smartphones para as pessoas que estavam infectadas com corona vírus, e para os quais os sintomas não seriam tão graves suficientemente para que fossem hospitalizados. O smartphone doado pelo governo, vem apenas com um aplicativo instalado, com a função de rastrear os cidadãos através da geolocalização, garantindo que os usuários não saiam de casa. Todos os dados estão sendo salvos pelos servidores governamentais e segundo o governo, quando a pandemia terminar, eles excluirão as informações.

A combinação entre dados de blockchain e de assistência médica pode parecer um match perfeito. Porém, alguns obstáculos devem ser levados em consideração, como a conformidade legal com a Lei de Portabilidade e Responsabilidade do Seguro de Saúde (HIPAA) nos EUA e o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na Europa. Só o tempo dirá se a crise atual pode ser alterada nessas predileções institucionais.

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