Os custos de mineração de Bitcoin aumentaram acentuadamente, com o custo médio de produção por moeda ultrapassando US$70.000 no segundo trimestre de 2025. Isso representa um aumento de aproximadamente 9,4% em relação aos US$64.000 do 1º trimestre — ante US$52.000 no final de 2024.
Dois fatores principais estão impulsionando esse aumento:
A taxa de hash da rede do Bitcoin continua alcançando novos patamares. Recentemente, aproximou-se de 1.000 exahashes/s (EH/s), com dificuldade para atingir aproximadamente 126 trilhões, ambos fortes indicadores de aumento da concorrência.

À medida que mais mineradores disputam blocos, cada um exige mais poder computacional, e energia, para manter a lucratividade. Essa corrida armamentista crescente comprime as margens dos mineradores.
Os gastos com energia aumentaram drasticamente, alguns relatam quase o dobro do custo ano a ano. Empresas como Terawulf e Bitdeer afirmam pagar cerca de US$0,081 por quilowatt-hora, acima dos US$0,041 pagos no primeiro trimestre de 2024.
A eletricidade é o maior componente de custo para os mineradores, portanto, esses aumentos exercem pressão imediata sobre as despesas operacionais. Com o Bitcoin sendo negociado em torno de US$107.600, a margem entre o lucro e o ponto de equilíbrio diminuiu substancialmente.
Embora ainda sejam lucrativos no papel, os mineradores agora precisam gerenciar cuidadosamente os custos e a eficiência. A TheMinerMag observa que essas estimativas de custo não incluem depreciação de hardware ou despesas gerais com equipamentos alugados, o que significa que a lucratividade real pode ser menor.
As mineradoras públicas estão monitorando de perto o custo de hash de suas frotas — o custo por petahash por segundo (PH/s). Os níveis medianos permaneceram estáveis em ~US$34/PH/s no primeiro trimestre, mas várias operadoras relataram aumentos de custos de mais de 25%, principalmente devido às contas de serviços públicos.
Por exemplo, a Terawulf detalhou que o custo de energia por Bitcoin minerado saltou de cerca de US$15.500 no início de 2024 para US$66.084 no primeiro trimestre de 2025, um aumento impressionante que reflete recompensas reduzidas pela metade e tarifas de energia mais altas.
Os investidores estão diferenciando entre mineradoras com modelos de receita diversificados e aquelas fortemente dependentes da mineração pura de Bitcoin:
Empresas como a Iris Energy subiram 21,4% de maio a meados de junho, enquanto a Core Scientific, a Bit Digital e a Cipher Mining também registraram ganhos sólidos. Em contraste, empresas focadas em hardware, como Canaan e Bitfarms, perderam mais de 21% cada no mesmo período.
Essa divergência ressalta a preferência dos investidores por mineradores que se expandem para hospedagem de IA, computação de alto desempenho (HPC) e outras fontes de renda além das recompensas por bloco.
Diante da redução das margens, os mineradores estão acelerando os esforços para melhorar a eficiência e diversificar:
- Atualizações de hardware: Muitos estão implantando os ASICs mais recentes e com maior eficiência energética para reduzir os custos de energia.
- Expansão geográfica: As operações estão migrando para regiões com energia mais barata ou mais sustentável.
- Reorientação operacional: As empresas estão se ramificando para hospedagem de HPC. Nomeação para hospedar cargas de trabalho de computação de IA no Lago Mariner sinaliza ambições mais amplas de infraestrutura.

A pressão causada pelo aumento da taxa de hash e dos preços da energia pode catalisar a consolidação do setor. Mineradores menores e menos eficientes correm o risco de ficar offline, reduzindo a concorrência na rede, mas potencialmente permitindo que players maiores escalem e estabilizem suas operações.
Os dados existentes sugerem que, enquanto o preço do Bitcoin permanecer acima dos custos de produção, a maioria dos mineradores poderá se manter à tona. Mas a inflação contínua de custos pode forçar um ajuste de contas, eliminando a capacidade ineficiente e recompensando operações simplificadas e diversificadas.