A maior exchange de criptomoedas do mundo, a Binance, acaba de atingir o importante marco de ganhar sua 21ª aprovação regulatória global, desta vez do Banco Central do Brasil.
Esta aprovação permite que a Binance compre a Sim;paul, uma plataforma de investimento sediada em São Paulo autorizada a fazer distribuição de valores mobiliários e emissão de dinheiro eletrônico. Esta evolução coloca a exchange como a primeira plataforma de negociação de criptomoedas a obter uma licença de corretora no Brasil, destacando sua profundidade de conformidade e sua expansão contínua no crescente cenário de criptomoedas da América Latina.
O Brasil tem sido ativo na construção de um sistema regulatório para ativos digitais. A promulgação da Lei nº 14.478 em dezembro de 2022, conhecida como Lei de Ativos Virtuais, estabeleceu diretrizes para provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs). Sob esta disposição, os ativos virtuais são definidos, os serviços regulamentados – emissão, troca, transferência e custódia – são descritos e há disposições em vigor para processar crimes financeiros e combater a lavagem de dinheiro no espaço criptográfico.
Em linha com esses avanços regulatórios, o Banco Central do Brasil tem trabalhado ativamente para implementar regulamentações abrangentes para plataformas de moeda digital. O objetivo é ter uma estrutura regulatória completa em vigor em 2025, após uma série de consultas públicas destinadas a garantir que as regulamentações sejam robustas e eficazes.
A entrada da Binance no mercado brasileiro é apropriada considerando o uso crescente de criptoativos na população brasileira. O Brasil é o segundo país da América Latina em adoção de criptomoedas, com um valor de mais de US$90,3 bilhões recebidos por criptomoedas em 2024. Esse aumento é representativo de um apetite crescente por ativos digitais no país, tanto como ativos quanto instrumentos de negociação.
A abordagem do governo brasileiro à regulamentação de criptomoedas tem sido particularmente interessante. Em um esforço para alcançar um sistema regulatório equilibrado que seja propício à inovação, ao mesmo tempo em que defende os direitos do consumidor, o governo incentiva as partes interessadas da indústria e o público a participar do processo regulatório. Espera-se que essa abordagem de inclusão leve à divulgação das regras finais em meados de 2025, como os formuladores de políticas do banco central indicaram.
A aquisição da Sim;paul pela Binance é mais do que apenas uma declaração de conformidade, ela também permite que a Binance funcione de forma mais eficiente no Brasil. Ao ter uma corretora licenciada sob seu guarda-chuva, a Binance pode fornecer aos brasileiros uma gama expandida de produtos e serviços financeiros, de acordo com as regras locais e em resposta à crescente demanda por soluções de ativos digitais.
Esse crescimento é um elemento na mudança geral na estratégia da Binance para crescer globalmente de forma sustentável. Antes do Brasil, a Binance obteve licenças regulatórias na Argentina, Índia, Cazaquistão e Indonésia, o que significa seu compromisso de operar dentro da carcaça legal de diferentes jurisdições.
O fato de o Banco Central do Brasil ter uma visão ativa da regulamentação de criptoativos também se reflete em seu anúncio de regulamentação de stablecoins e tokenização de ativos em 2025. Ciente da crescente necessidade de stablecoins, o banco central tentará mitigar riscos relacionados, como evasão fiscal e atividades criminosas, por meio de medidas regulatórias adequadas.
Além dos desenvolvimentos regulatórios, o Brasil fez progressos na integração de criptomoedas em seu sistema financeiro. Por exemplo, o país aprovou um fundo negociado em bolsa (ETF) Solana (SOL) spot em agosto de 2024, estabelecendo um precedente global e fornecendo aos investidores mais caminhos para obter exposição a ativos digitais.