Bitcoin alivia pressão sobre o dólar americano

Comentários recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, destacaram o papel crescente do Bitcoin no alívio da pressão sobre o dólar americano, refletindo uma visão em evolução do impacto das criptomoedas na economia americana.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump expressou forte apoio à indústria de criptomoedas, enfatizando seu potencial de geração de empregos e sua capacidade de aliviar parte da pressão sobre o dólar em meio aos desafios econômicos globais. Trump comentou:

“Tornou-se incrível. Quer dizer, são os empregos que ela gera, e noto que cada vez mais se paga em Bitcoin. As pessoas dizem que isso alivia bastante a pressão sobre o dólar e é algo ótimo para o nosso país.”

Seus comentários sinalizam o reconhecimento do Bitcoin não apenas como um ativo financeiro, mas como um elemento estratégico no cenário econômico mais amplo.

Analistas econômicos e pesquisadores de ativos digitais sugerem que a referência de Trump ao Bitcoin aliviando a pressão sobre o dólar aponta indiretamente para o conhecido Dilema de Triffin. Esse paradoxo econômico destaca o conflito enfrentado por um país, como os Estados Unidos, que emite a moeda de reserva global. Para atender à demanda global por dólares, os EUA precisam incorrer em déficits comerciais persistentes, exportando dólares para o mundo todo para servir como meio de troca para o comércio internacional e reserva de valor para governos e investidores estrangeiros.

Embora esse mecanismo sustente a liquidez global de curto prazo, ele representa riscos de longo prazo para o valor da moeda. Os EUA financiam seus déficits em grande parte por meio da expansão monetária — essencialmente imprimindo mais dólares — o que inflaciona a oferta de moeda e desvaloriza gradualmente cada dólar ao longo do tempo. Essa dinâmica é refletida no aumento contínuo da oferta de moeda M2 do Federal Reserve (Fed), uma medida ampla da moeda americana em circulação na economia.

(A oferta de moeda M2 do Federal Reserve, uma medida da oferta total de dólares americanos, continua a aumentar, diluindo o valor de cada dólar individual.)

Trump chegou a sugerir a ideia de usar o Bitcoin como uma ferramenta para lidar com a dívida nacional, aludindo ao fornecimento fixo de Bitcoin de 21 milhões de moedas em comparação com a natureza inflacionária do dólar. No entanto, os críticos alertam que, mesmo que todo o fornecimento de Bitcoin fosse de propriedade do Tesouro dos EUA, ele ficaria drasticamente aquém de cobrir a crescente dívida do país, de US$37 trilhões. Esse endividamento iminente continua a desafiar a estabilidade do dólar a longo prazo.

Sinalizando ainda mais o estresse na posição do dólar, o Índice do Dólar Americano (DXY), que mede a força do dólar em relação a uma cesta das principais moedas, atingiu recentemente seu nível mais baixo em três anos. Essa depreciação reflete a queda da confiança dos investidores em meio ao aumento dos rendimentos dos títulos do governo americano, que tradicionalmente indicam maior risco percebido na sustentabilidade da dívida pública. À medida que os rendimentos dos títulos sobem, os custos de empréstimos para o governo aumentam, exacerbando as preocupações com a saúde fiscal.

A oferta fixa e a natureza descentralizada do Bitcoin contrastam fortemente com essa dinâmica, tornando-o atraente para alguns investidores e formuladores de políticas como uma proteção contra a inflação e a desvalorização da moeda. Seu papel como “ouro digital” ganhou destaque à medida que mais indivíduos e instituições buscam alternativas às moedas fiduciárias tradicionais, vulneráveis ​​a pressões inflacionárias.


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