Bitmain e a expansão para a América do Sul

A mineradora de Bitcoin chinesa, Bitmain, iniciou um projeto de expansão para a América do Sul. Para isso, selecionou duas empresas responsáveis por consultoria em mineração para serem suas distribuidoras.

As empresas escolhidas foram Bit5ive e Fastblock. Elas serão responsáveis pela distribuição das máquinas mineradoras Antminers em toda a América do Sul.

A Bitmain tem sofrido por conta de decisões estratégicas equivocadas. Assim, perdeu uma boa parcela da participação do mercado. Esse evento foi notificado por relatório da CoinShares.

Não é de hoje que a mineradora vem sofrendo quedas de valor. Ela foi a líder do mercado de mineração até a bolha de 2017, onde começou a perder espaço. Assim passou de líder para apenas uma sobrevivente neste ramo.

Outro ponto que determinou essa queda em seu valor foi a briga entre os co-fundadores da empresa. Assim, a briga entre Micree Zhan e Wu Jinhan, que acabou com a demissão de Zhan, colocou os acionistas da Bitmain em dúvida sobre o futuro da empresa.

Atualmente a empresa está focada em retornar sua competitividade habitual. No entanto, existem alguns fatores que ainda prendem a Bitmain, impedindo seu crescimento.

A estratégia da Bitmain para recuperar sua glória

A forma lógica para reerguer uma empresa é a busca por entradas de capital. Sendo assim, foi esta a estratégia adotada pela Bitmain. A expansão para a América do Sul busca explorar um mercado em desenvolvimento, garantindo liderança nesta região.

Foram comprados cerca de 600 mil chips de mineração pela empresa, em agosto de 2019. O intuito disso era conseguir um lucro de U$ 1,2 bilhão. Somando a isto, temos a abertura de um sítio de mineração no Texas, com 50 Megawatt, reforçando sua presença naquela região.

Suas recentes parcerias, como citado no início deste artigo, marcam mais um tentativa de presença em todo o globo.

Foi notificado, ainda, as atribuições de cada empresa parceira na América do Sul. A Bit5ive irá distribuir o maquinário por todo o território, enquanto a Fastblock se concentrará no mercado brasileiro.

Será que compensa realizar essa expansão?

Embora aumente a presença global da Bitmain, é importante analisar alguns fatores. O primeiro deles é a questão da energia na América do Sul.

Se pegarmos o Brasil, por exemplo, veremos que não há lucro com mineração de Bitcoin desde 2017. O motivo disso é o preço da energia elétrica. Se considerarmos o Brasil como sendo o mais desenvolvido, temos um grande problema nas mãos da Bitmain.

De que vai adiantar instalar diversas estações de mineração, dado que não terá lucro com a atividade. Para piorar, há grande possibilidade de levar prejuízo realizando essa atividade.

Outro ponto a ser observado é a questão da legislação. Muitos países da América do Sul adotam uma constituição com forte regulamentação. Assim, se adequar ao país onde a mineradora será instalada pode ser um grande desafio para a empresa.

Além disso, a questão do controle estatal é um limitador para algumas atividades. Junto a isto, temos o fato de mudanças bruscas na legislação, o que pode causar muito prejuízo à Bitmain.

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