O setor de telecomunicações está passando por uma transformação, adotando modelos descentralizados que oferecem benefícios significativos tanto para pequenas empresas quanto para grandes operadoras de telecomunicações. Na vanguarda desse movimento está a Nova Labs, a equipe pioneira por trás da Helium Network — uma infraestrutura sem fio descentralizada que utiliza a tecnologia blockchain para criar um ecossistema de comunicação mais inclusivo e econômico.
Frank Mong, diretor de operações da Nova Labs, destacou as vantagens duplas da descentralização das redes de telecomunicações. Em uma entrevista recente, Mong explicou que pequenas empresas, como cafés locais e lojas de varejo, podem gerar receita adicional hospedando hotspots Helium. Esses hotspots não apenas fornecem cobertura Wi-Fi para a comunidade, mas também contribuem para a rede mais ampla, ganhando recompensas na forma da criptomoeda nativa do Helium, a HNT. Esse modelo capacita pequenas empresas a participar ativamente do setor de telecomunicações, transformando o uso passivo da internet em uma fonte potencial de renda.
Para grandes empresas de telecomunicações, a abordagem descentralizada oferece uma vantagem estratégica na expansão da cobertura da rede sem o investimento de capital substancial normalmente associado à infraestrutura tradicional. Construir uma única torre 5G pode custar mais de US$300.000, e áreas urbanas densas exigem inúmeras torres para garantir uma cobertura abrangente. Ao se integrarem à Helium Network, as gigantes das telecomunicações podem transferir o tráfego de dados para hotspots operados pela comunidade, ampliando efetivamente seu alcance e melhorando a qualidade do serviço em áreas de difícil cobertura.
Este modelo colaborativo já foi implementado na prática. Em janeiro de 2024, a Nova Labs firmou uma parceria com a Telefónica, uma operadora líder em telecomunicações, para implantar hotspots móveis Helium na Cidade do México e em Oaxaca. Essa iniciativa permitiu à Telefónica aprimorar sua cobertura móvel, aproveitando a infraestrutura Helium existente, demonstrando a viabilidade e os benefícios dessas parcerias.
Da mesma forma, em abril de 2025, a AT&T anunciou uma colaboração com a Helium, permitindo que seus assinantes se conectassem automaticamente à extensa rede, com mais de 93.500 hotspots Wi-Fi criados pela comunidade nos Estados Unidos. Essa iniciativa não apenas melhorou a conectividade para os clientes, como também demonstrou a escalabilidade das redes descentralizadas no suporte a operações de telecomunicações em larga escala.
A Rede Helium opera em um modelo de infraestrutura física descentralizada (DePIN), no qual indivíduos e empresas implantam pequenos dispositivos sem fio — hotspots — que fornecem cobertura de rede e ganham tokens HNT como remuneração. Esse sistema incentiva a ampla participação, levando à rápida expansão da rede e à maior disponibilidade do serviço. Atualmente, os Estados Unidos abrigam a maior concentração de hotspots móveis, refletindo a crescente adoção dessa abordagem descentralizada.
Além das melhorias imediatas na conectividade, o modelo descentralizado oferece resiliência contra interrupções e pontos de falha centralizados. Ao distribuir a infraestrutura de rede entre diversas operadoras independentes, o sistema se torna menos suscetível a interrupções, garantindo uma continuidade de serviço mais confiável. Além disso, essa abordagem se alinha ao ethos mais amplo de descentralização da Web3, promovendo o empoderamento do usuário e o acesso democratizado aos serviços.

Olhando para o futuro, a Nova Labs pretende replicar suas parcerias de sucesso em outras regiões, buscando colaborações com provedores de telecomunicações em todo o mundo para expandir a presença da Rede Helium. Com isso, a Nova Labs aspira a criar uma infraestrutura de comunicação global descentralizada que beneficie todas as partes interessadas — desde hosts de hotspots individuais até empresas multinacionais de telecomunicações.
A descentralização das redes de telecomunicações apresenta um argumento convincente para inovação e inclusão no setor. Por meio de parcerias estratégicas e engajamento da comunidade, modelos como a Helium demonstram o potencial de redefinir a conectividade, tornando-a mais acessível, resiliente e economicamente benéfica para uma gama diversificada de participantes.