Foi adicionado um “medidor de privacidade” ao explorador de blockchain de várias plataformas Blockchair. Assim, para cada transação de Bitcoin (BTC) se identifica qual parte é a mudança.
Para rastrear uma cadeia de transações na blockchain, esta é a chave. Ainda que a blockchain do Bitcoin seja teoricamente transparente, na prática pode ser difícil identificar o verdadeiro fluxo de fundos. Toda transação inclui pelo menos duas saídas de transação não gastas (UTXO), onde uma delas é devolvida ao remetente como alteração, a não ser que a carteira seja drenada completamente.
A Blockchair utiliza diversas heurísticas básicas e avançadas para atribuir uma pontuação de privacidade. Em uma transação de baixa privacidade, um dos endereços do destinatário também é um remetente, o que torna trivial entender qual é a alteração, por exemplo. Caso uma das saídas seja um número redondo, é provável que também seja o destinatário da transação.
Além disso, dicas técnicas, como o tipo de sinal múltiplo usado, as diferenças de script entre entradas e saídas, bem como suas ordens também são analisadas pelo sistema.
Empresas como Chainalysis, Elliptic, CipherTrace, Coinfirm e outras, fornecem a identificação desses fatores, os quais são a base dos sistemas de monitoramento de blockchain.
Assim, a empresa espera conseguir educar os usuários sobre como enviar Bitcoin sem se expor com muita facilidade.
Privacidade no Bitcoin
Pode-se dizer, que ao longo do tempo as técnicas de análise cresceram em sofisticação. E então, essa mudança levou a criação do protocolo CoinJoin. O protocolo mistura Bitcoin agregando saídas de diferentes usuários e redistribuindo-as para novas carteiras.
O protocolo de privacidade CoinJoin, vem ganhando maior uso constante desde 2019, e chegou a novos picos em 2020. Contudo, atribui-se isso a Samourai e Wasabi, duas carteiras que forneciam uma alternativa válida aos serviços de mixagem centralizados.
Porém, ainda que essa abordagem supostamente melhore a privacidade, se usada de maneira incorreta, também poderá deixar pistas para que os pesquisadores cancelem o anonimato das transações. Um dos maiores esquemas Ponzi de criptomoedas, PlusToken, teve mais de 50% de seus lucros sendo rastreados nos mercados de balcão da China, embora tenha usado as técnicas de ofuscação mais avançadas disponíveis.
Pois, ainda que facilite o rastreamento as grandes quantidades envolvidas, os pesquisadores demonstraram um conjunto de heurísticas que poderiam comprometer a mistura no Ethereum. Embora tenham observado que as moedas baseadas em UTXO podem ser mais privadas, eles acreditam que a diferença não é tão significativa para tornar impossível o rastreamento do CoinJoin.
Usando como o exemplo o Monero (XMR), uma das moedas com privacidade por padrão, pode conter casos em que é necessária máxima atenção em garantia de privacidade. Por exemplo, utilizando a prática de “agitação” ou do envio de transações para si mesmo.
Supostamente, o uso inadequado pode criar ou quebrar uma ferramenta de privacidade, tornando a chave da educação do usuário.