Blockchain para melhorar a segurança eleitoral

Blockchain para melhorar a segurança eleitoral

O estado de Nova York poderá em breve explorar a integração da tecnologia blockchain em seus processos eleitorais, em um esforço para aprimorar a segurança e a integridade dos registros eleitorais e dos resultados eleitorais.

Recentemente, o deputado Clyde Vanel, apresentou o Projeto de Lei A07716, uma proposta legislativa que instrui o Conselho Eleitoral do estado a investigar como o blockchain pode ser usado para proteger dados eleitorais críticos.

O projeto de lei, atualmente em análise pelo Comitê de Legislação Eleitoral da Assembleia, define um mandato para que o Conselho Eleitoral conduza um estudo abrangente dentro de um ano. Este estudo deve avaliar os benefícios e as limitações da tecnologia blockchain na proteção dos registros eleitorais e dos resultados eleitorais. Para garantir uma análise robusta e informada, o projeto de lei exige a colaboração de especialistas em blockchain, segurança cibernética, prevenção de fraudes eleitorais e manutenção de registros.

(Texto do projeto de lei.)

A legislação proposta reflete um interesse crescente entre legisladores e tecnólogos em aproveitar a principal característica do blockchain — imutabilidade — para aumentar a confiança nos sistemas democráticos. Por natureza, os registros em blockchain são resistentes a adulterações, tornando-os teoricamente ideais para armazenar informações sensíveis e de alto risco, como dados de votação. O resumo do projeto de lei articula claramente essa motivação:

“Estudar e avaliar o uso da tecnologia blockchain para proteger registros de eleitores e resultados eleitorais.”

Essa iniciativa não é inédita. Em março de 2025, o Condado de Williamson, Tennessee, ganhou as manchetes quando a Convenção do Partido Republicano local utilizou a rede Bitcoin para armazenar e proteger seus resultados eleitorais internos. Embora essa iniciativa tenha tido escopo limitado, serviu como uma demonstração prática de como a tecnologia de registro contábil descentralizado pode ser aplicada ao processo de votação.

Os defensores da votação baseada em blockchain argumentam que a tecnologia poderia aumentar drasticamente a transparência e a confiança do eleitor. Por exemplo, Brian Rose, candidato independente à prefeitura de Londres, declarou em 2024 que tais sistemas poderiam tornar as eleições mais confiáveis, fornecendo registros imutáveis ​​da identidade do eleitor e das cédulas.

“Não dormiríamos todos melhor à noite se o sistema de votação fosse baseado em blockchain?”

A perspectiva de Rose é emblemática de uma esperança mais ampla entre alguns tecnólogos e outsiders da política de que o blockchain poderia transformar as eleições de processos opacos em sistemas verificáveis ​​e seguros.

No entanto, apesar dessas narrativas promissoras, especialistas recomendam cautela. Uma das principais preocupações gira em torno do conceito de “lixo que entra, lixo que sai”. Embora o blockchain possa garantir que, uma vez registrados os dados, eles não possam ser alterados, ele não pode validar a veracidade ou a precisão desses dados no ponto de entrada. No contexto das eleições, isso significa que um sistema baseado em blockchain ainda dependeria fortemente da identificação precisa do eleitor, do manuseio das cédulas e dos protocolos de entrada — qualquer um dos quais poderia ser vulnerável a erros humanos ou manipulação.

Além disso, a implementação do blockchain nas eleições levantaria questões logísticas, legais e éticas complexas. Como as identidades digitais seriam verificadas? A privacidade poderia ser preservada sem comprometer a transparência? Todos os eleitores — independentemente de sua formação técnica — teriam acesso igualitário a tal sistema?

Apesar desses desafios, o deputado Vanel continua sendo um defensor consistente e proativo da inovação em blockchain. Em março, ele apresentou outro projeto de lei visando combater a fraude com criptomoedas, estabelecendo penalidades criminais para práticas enganosas, como “rug pulls” (puxadas de tapete). Ele também observou, no início deste ano, que Nova York foi o primeiro a formar uma força-tarefa de criptomoedas para estudar as implicações mais amplas da regulamentação de moedas digitais.

Vanel enfatizou a importância do diálogo entre a indústria de blockchain e os órgãos reguladores. Em 2019, ele afirmou que o setor precisa aprimorar a educação dos formuladores de políticas e a defesa de seus interesses. Seus esforços legislativos mais recentes sugerem que ele está tentando preencher essa lacuna por meio do desenvolvimento de políticas informadas e incrementais.


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