Blockchain: solução para a desglobalização?

Blockchain: solução para a desglobalização?

O mundo inteiro está sofrendo, economicamente e socialmente com a pandemia do COVID-19, agravando ainda problemas políticos enquanto há o impulsionamento do protecionismo nacionalista. E ainda, não são conhecidos todos os pontos que a pandemia pode afetar, o que resultou em discussões sobre o futuro do neoliberalismo e da globalização;

Usando dados atuais, o que parece é que a desglobalização está em crescimento. Os principais sinais da globalização são o comercio global e investimentos estrangeiros diretos, não sofriam mudança há uma década. Diversas democracias mostram, devido aos desafios de retornos decrescentes e uma falha em gerar riquezas, estar se voltando para o protecionismo, populismo e nacionalismo, se afastando do processo da globalização.

Olhando para trás, a globalização se da por um meio cíclico ascendente que vai junto com o desenvolvimento humano. E, mesmo com a atual crise, é quase certo de que o desenvolvimento tecnológico e social irá levar, ainda mais, o mundo para uma maior cooperação e integração. Outros problemas de curto prazo não foram capazes de impedir os avanços tecnológicos. Já é possível imaginar, sobre o futuro da economia digital, um novo paradigma com base em infraestrutura de ponta, como inteligência artificial, 5G, Internet e blockchain. É muito provável que o blockchain irá se tornar uma importante base tecnológica essencial para a nova fase de globalização. Por possuir características intrínsecas, ela é uma solução natural e confiável, que é um ponto chave no comercio e cooperação mundial, de grande importância no cenário atual.

Pensando sobre a globalização

A globalização é baseada em duas forças necessárias e interligadas: a tecnologia e estrutura politica e econômica. Pode-se analisar a história da globalização por meio dos dois fatores.

A história da globalização remonta Rotas como a Rota da Seda e das Especiarias, que conectavam o Leste e o Oeste por meio de rotas terrestres e marítimas, agilizando o comércio de bens e ideias preciosos. Mais pra frente, o crescimento na navegação exploradora através de tecnologia de Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e Holanda conectaram ainda mais o mundo na Era da Exploração.

E, depois disso, a Revolução Industrial foi responsável por acelerar o processo econômico mundial. Ela teve base em meios de fabricações inovadoras, que melhoraram a produtividade, trazendo aumento de riqueza e comunicação entre nações. Desde então, foram observadas diversas fases de globalização no mundo, em que todas haviam ajuda de tecnologias e ideologias. Desde sempre, toda onda de globalização sofreu problemas de interesses, tal como o desequilíbrio da distribuição de riquezas.

Alguns padrões podem ser observados quando analisamos o trajeto da globalização:

  1. Observando a longo prazo, o processo da globalização sempre foi cíclico, contínuo e ascendente.
  2. Novidades na tecnologia e na estrutura político-econômica proporcionaram todas as ondas de globalização.
  3. Contratempos são menos impactantes com o aumento da importância da tecnologia.

Durante a resistência da Globalização 3.0, é muito provável que iremos logo passar pela quarta revolução industrial, que irá mudar a forma de colaboração e produção mundial, ofuscando barreiras físicas, digitais e biológicas.

Visão positiva no cenário atual

Na crise financeira do ano de 2008, houve uma reação negativa a globalização, que aumentou o protecionismo, populismo e o nacionalismo nos países desenvolvidos. Para conseguir chegar em uma resposta, é necessário primeiro entender bem a dinâmica subjacente.

Um dos pontos de desenvolvimento mais marcantes da fase 3.0 da globalização é a implementação de uma rede global de cadeias de suprimentos juntamente com o achatamento dos preços de mão de obra. Desse jeito, as elites são beneficiadas. Os trabalhadores de países em desenvolvimento aproveitavam de um crescimento nos bens e na mobilidade social. Mas, a globalização 3.0 promoveu uma falta de progresso da classe média e deslocamento de classe para a classe trabalhadora nos países desenvolvidos, fazendo com que as respostas fossem negativas, influenciando eventos como o Brexit e a guerra comercial EUA-China.

Os fatos ocorridos podem até fazer parecer que a desglobalização está chegando com tudo, mas, em ampla visão, é possível ver que a globalização sempre teve que enfrentar problemas, avançando então, em fases. Com isso, é possível transformar as barreiras vividas atualmente como novas oportunidades.

E ainda, o aumento tecnológico, além de reduzir os obstáculos, promete criar um novo paradigma global. A revolução digital, que é baseada no crescimento de tecnologias como AI, 5G, IoT e blockchain, mudará completamente o mundo de diversas maneiras, aumentando a produtividade e recriando nossa estrutura político-econômica para promoção de equilíbrio.

Em tempos de incertezas, a cooperação feita com confiança é mais importante que nunca, e a blockchain será uma base grande por ser um sistema distribuído, transparente e autônomo de troca de valores.

Blockchain: solução para a desglobalização?

Blockchain como solução de incertezas da desglobalização

Atualmente, o mundo é caracterizado por desconfiança e incertezas, causadas por muitas mudanças geopolíticas e regulatórias, elevando tendências de desglobalização. Mas, com a blockchain, um caminho diferente pode ser feito, chegando a certezas sem necessidade de pedir por confiança.

Em resumo, a blockchain é uma rede que tem base em matemática e criptografia. O projeto regulatório passa por concorrências de diferença, proporcionado uma linguagem que pode ser usada com segurança de modo livre de confiança.

O mundo, que está enfrentando uma recessão econômica, necessita muito de um novo estouro na produtividade para que a revolução digital seja feita por novas tecnologias. A blockchain poderá funcionar tanto como uma tecnologia quanto como um método para modificar o paradigma político-econômico global.

Mas como será feita a quarta revolução industrial impulsionada pela blockchain, sendo a próxima onda de globalização?

Um novo modelo internacional baseado em tecnologia

As instituições internacionais vêm cumprido um trabalho indispensável na globalização. Mas, instituições internacionais tradicionais como a Organização Mundial do Comércio, a Organização Mundial da Saúde e o Acordo de Paris sob as Nações Unidas tem sofrido para continuar sendo influente nos últimos anos.

Momentos de crise são dificultados pela ausência de um agente que seja imparcial, prejudicando colaborações internacionais enquanto o protecionismo nacionalista aumenta. Pegando como exemplo a pandemia do corona vírus, os EUA removeram patrocínio da OMS, e 80 membros da OMC colocaram limites nas exportações de máscaras e outros equipamentos. Com esses empecilhos, a blockchain pode ser responsável por criar parcerias cooperativas. Com a tecnologia, seria possível promover a evolução de eficiência por organizações internacionais ao protegerem valores multilaterais. Exemplificando, um contrato de emissões de carbono com base em blockchain pode desenvolver um sistema de associação baseado em um blockchain de consórcio com cotas de emissão de carbono tokenizadas. Sendo assim, o comércio de carbono iria ser tratado por um mercado público, aberto e justo, permitindo a sustentabilidade do contrato e reduzindo problemas.

Estrutura de governo com promoção de igualdade social

Os avanços tecnológicos vêm sido de grande importância, enquanto a criação de estrutura de governança está ficando para trás. É mais do que necessário usar as novas tecnologias para ajudar na criação de políticas sociais em um mundo completamente mutável.

Com a digitalização de ativos, identidades e atividades, um hiper-banco de dados socioeconômicos têm sido criado, de forma abrangente, contínua e em tempo real. Tudo isso, através de uma rede que protege a privacidade por meio de algoritmos criptográficos. Tal rede irá constituir o valor de um espectro de organizações, do mundo para um país, e para cada pessoa, com o tempo. Vamos estar com uma estrutura democrática de formulação de politicas para que a participação civil seja regular. Assim como, instrumentos que possibilitam realizar políticas de modo automático e com a melhor granularidade e precisão. Com a blockchain, novos patamares podem ser atingidos, melhorando a governança e a igualdade social.

Blockchain: solução para a desglobalização?

Um sistema financeiro global aberto, eficiente e confiável

Os fatores essenciais da economia digital são ativos digitais nativos e um mercado global sem atritos, e, a blockchain é a transportadora mais capaz.

O primeiro passo para uma economia digital é a digitalização de ativos. Em que, ativos baseados em blockchain agem como veículos de valor, fazendo possível que ativos flutuem livremente entre a rede. Sendo essa rede distribuída, a propriedade e transação de ativos não iriam necessitar mais de validação feita por terceiros, que causam incertezas e desconfianças. A blockchain pode ainda abaixar significativamente os custos de transação e atrito. Tornando as remessas internacionais mais ágeis, baratas, abertas e promovendo a liquidação de pagamentos. A tecnologia ainda seria responsável por aumentar a liquidez dos ativos, facilitando entrada para não-bancários. A blockchain, em resumo, pode elevar a eficiência do sistema financeiro, diminuindo falhas de financiamento.

A integração da economia digital parece ter um futuro otimista, mas ainda é necessário resolver problemas de nacionalismo e globalismo, assim como a desigualdade de distribuição de riqueza global. A blockchain iria proporcionar mais mobilidade, eficiência e confiança.

O fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, falou:

“Certamente, os pessimistas argumentarão que as condições políticas estão impedindo um diálogo global produtivo sobre a Globalização 4.0 e a nova economia. Mas os realistas usarão o momento atual para explorar as lacunas no sistema atual e identificar os requisitos para uma abordagem futura. E os otimistas terão esperança de que as partes interessadas voltadas para o futuro criem uma comunidade de interesses compartilhados e, em última instância, de objetivos compartilhados.”

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