Jesse Myers, chefe de estratégia de Bitcoin na Moon Inc., projetou que, até 2045, as entidades corporativas possuirão aproximadamente metade da oferta total de Bitcoin. Em uma publicação recente, Myers enfatizou que esse nível de acumulação corporativa está muito além do que a maioria dos entusiastas do Bitcoin prevê atualmente.
Myers prevê um futuro em que empresas especializadas em tesouraria se tornarão as principais compradoras de Bitcoin, investindo grandes quantias de capital em busca de uma reserva confiável de valor. Com o mercado global de ativos avaliado em cerca de US$1 trilhão, o Bitcoin atualmente representa apenas 0,2% desse total. À medida que os investidores buscam cada vez mais alternativas às moedas fiduciárias e aos títulos tradicionais, o capital fluirá naturalmente para o Bitcoin ao longo do tempo.
Uma parcela significativa do capital global, aproximadamente US$318 trilhões, está atualmente vinculada a títulos. Grande parte desse capital é gerido por investidores institucionais com mandatos rigorosos, dificultando o redirecionamento de fundos para ativos alternativos. No entanto, empresas de tesouraria dedicadas ao Bitcoin podem preencher essa lacuna, fornecendo um veículo compatível e eficiente para que o capital institucional ganhe exposição ao Bitcoin.
Um exemplo proeminente de tal empresa é a Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, liderada por Michael Saylor. Atualmente, a Strategy detém 576.320 Bitcoins, avaliados em aproximadamente US$62,24 bilhões. Saylor tem sido um defensor ferrenho do Bitcoin, prevendo que seu preço poderá atingir US$13 milhões por moeda até 2045. Ele prevê que o Bitcoin se tornará uma classe de ativos de US$200 trilhões, servindo como uma camada de liquidação global na era da internet impulsionada pela IA.
Seguindo o exemplo, outras empresas estão surgindo com objetivos semelhantes. A Twenty One Capital, cofundada por Jack Mallers e apoiada pela Tether, SoftBank e Cantor Fitzgerald, visa fornecer aos investidores um veículo dedicado para exposição ao Bitcoin. A empresa planeja lançar com mais de 42.000 Bitcoins e introduziu métricas como Bitcoin por Ação (BPS) e Taxa de Retorno de Bitcoin (BRR) para medir o desempenho em Bitcoin.
Além disso, a empresa japonesa Metaplanet está expandindo sua estratégia de acumulação de Bitcoin com a criação de uma subsidiária nos EUA. A empresa pretende levantar até US$250 milhões para acelerar suas operações de tesouraria em Bitcoin, visando a aquisição de 10.000 Bitcoins até o final de 2025. A Metaplanet mede seu desempenho usando a métrica de Rendimento de BTC, com foco no aumento da participação de Bitcoin por ação.
Esses desenvolvimentos indicam uma tendência crescente de entidades corporativas buscando ativamente adquirir e manter quantidades significativas de Bitcoin. À medida que mais empresas adotam essa estratégia, o cenário da propriedade de Bitcoin está prestes a mudar drasticamente, potencialmente levando a um aumento da influência institucional sobre o mercado de criptomoedas.
A projeção de que as corporações poderão deter até 50% do fornecimento total de Bitcoin até 2045 ressalta o crescente interesse institucional no Bitcoin como reserva de valor. Essa tendência reflete uma mudança mais ampla nas estratégias de investimento, com as empresas buscando alternativas aos ativos tradicionais em resposta à evolução das condições econômicas e aos avanços tecnológicos.