Entidades centralizadas já controlam 1/3 do Bitcoin

Entidades centralizadas já controlam 13 do Bitcoin

Uma pesquisa recente da exchange de criptomoedas Gemini, em colaboração com a empresa de análise de blockchain Glassnode, revela uma mudança significativa no cenário de propriedade do Bitcoin.

De acordo com suas descobertas, as tesourarias centralizadas — incluindo governos, fundos institucionais, empresas de capital aberto, serviços de custódia e exchangesdetêm atualmente cerca de 31% de todo o Bitcoin (BTC) em circulação. Essa tendência destaca o papel crescente da infraestrutura de nível institucional no ecossistema do ativo digital, indicando um amadurecimento do mercado em relação aos seus primeiros dias, dominados pelo varejo.

Na última década, o total de Bitcoins detidos por entidades centralizadas aumentou drasticamente. Esses ativos aumentaram quase dez vezes (924%), atingindo aproximadamente 6,1 milhões de BTC — avaliados em aproximadamente US$668 bilhões com base em preços recentes. Esse acúmulo dramático se alinha à ascensão meteórica do Bitcoin, de menos de US$1.000 em 2013 para mais de US$100.000 em 2025, consolidando a reputação do ativo como reserva estratégica de valor entre investidores institucionais.

Notavelmente, esse interesse institucional não se limita ao posicionamento especulativo. Muitas entidades parecem tratar o Bitcoin como um ativo de reserva de longo prazo, semelhante ao ouro digital, visando se proteger contra a incerteza macroeconômica e a desvalorização da moeda.

(Participações centralizadas de BTC por entidade por tipo.)

O relatório divide a composição dos ativos centralizados em várias categorias:

  • Exchanges centralizadas: Essas plataformas, coletivamente, detêm a maior parte, cerca de 3 milhões de BTC. No entanto, grande parte desse Bitcoin representa ativos de clientes de varejo em vez de reservas proprietárias, o que significa que as moedas são custodiadas, mas não de propriedade institucional.
  • Fundos negociados em bolsa (ETFs) e fundos institucionais: Mais de 1,39 milhão de BTC são administrados por vários fundos, incluindo pesos pesados ​​como o iShares Bitcoin Trust da BlackRock, as ofertas institucionais da Fidelity e o Bitcoin Trust da Grayscale. Esses fundos atraem investidores que buscam exposição regulamentada e tradicional ao BTC.
  • Empresas de capital aberto: Empresas como a MicroStrategy, que adotou o Bitcoin como ativo de reserva do tesouro, detêm coletivamente cerca de 763.000 BTC. Outras empresas de capital aberto também entraram no mercado, institucionalizando ainda mais a presença do Bitcoin no mercado.
  • Empresas de capital fechado: Este grupo representa aproximadamente 458.000 BTC, incluindo participações de empresas focadas em blockchain, como a one e a emissora de stablecoins Tether. Essas empresas privadas tendem a ter uma propriedade mais distribuída em comparação com ETFs ou empresas de capital aberto.
  • Títulos do tesouro público: Embora em menor proporção, as entidades soberanas controlam coletivamente mais de 529.000 BTC, adquiridos principalmente por meio de ações judiciais, como apreensões de ativos. EUA, China, Alemanha e Reino Unido representam os maiores detentores nessa categoria. Essas carteiras tendem a ficar inativas na maior parte do tempo, mas podem influenciar os mercados caso ocorram movimentos.
(Principais entidades por participação em BTC.)

Um insight importante da pesquisa é a concentração de ativos em Bitcoin dentro de cada categoria. Em ETFs, empresas de capital aberto e projetos DeFi, os três maiores detentores controlam entre 65% e 90% do total de BTC mantido nesses segmentos. Essa concentração destaca a influência duradoura de pioneiros e grandes investidores que moldam a dinâmica do mercado.

Por outro lado, as empresas privadas demonstram um padrão de propriedade mais difuso, sugerindo uma participação e engajamento mais amplos entre startups e empreendimentos de blockchain.

A presença de grandes detentores institucionais contribuiu para a redução da volatilidade do preço do Bitcoin em comparação com anos anteriores. A integração do Bitcoin aos sistemas financeiros tradicionais — por meio de ETFs, tesourarias de empresas públicas e serviços de custódia — trouxe maior liquidez e uma infraestrutura de mercado mais aprofundada. Essa mudança ajudou a amortecer picos especulativos, resultando em tendências de preços mais estáveis, mais alinhadas com o comportamento dos ativos tradicionais.


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