Tanto o mercado financeiro tradicional (TradFi) quanto o de finanças descentralizadas (DeFi) estão fervilhando em torno da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) por aprovar os primeiros fundos negociados em bolsa (ETF) de Bitcoin (BTC) à vista do país.
A decisão histórica traz curiosidade sobre seus efeitos nos mercados e, claro, no próprio Bitcoin.
No entanto, do outro lado da lagoa, na Europa, a excitação de um ETF Bitcoin já diminuiu, quando o continente viu seu primeiro ETF Bitcoin à vista ser lançado em agosto de 2023.
O “ETF Jacobi FT Wilshire Bitcoin” chegou à bolsa de valores Euronext Amsterdam mais de um ano após seu lançamento inicial planejado. Foi emitido pela empresa Jacobi Asset Management, com sede em Londres.
O ETF Jacobi Bitcoin foi apontado como o primeiro fundo Bitcoin com respaldo físico, expondo os investidores a um produto financeiro apoiado pelo BTC. Também foi classificado como “investimento ambiental”, que são aqueles que promovem características ambientais e/ou sociais.
À medida que os EUA assumem a responsabilidade, Grzegorz Drozdz, analista de mercado da plataforma de serviços financeiros, Conotoxia, com sede na União Europeia, conversou sobre os impactos no mercado dos ETFs de Bitcoin à vista dos EUA, particularmente do ponto de vista da UE.
Drozdz comentou:
“A introdução geral de ETFs Bitcoin parece ter democratizado significativamente o acesso ao mercado, indo além das tradicionais bolsas e carteiras de criptomoedas. Atualmente, porém, seu tamanho ainda é pequeno em comparação com o mercado financeiro e criptográfico geral.”
Ele ressaltou que a capitalização global do mercado de criptomoedas é de US$1,78 trilhão.
“Isso significa que os fundos de investimento existentes neste setor representam apenas 2,9% do valor total das criptomoedas.”
No que diz respeito especificamente à UE, ele disse que o Espaço Econôlmico Europeu parece estar mais aberto ao investimento institucional em criptomoedas com o lançamento dos seus ETFs Bitcoin. No entanto, acrescentou:
“A introdução de tais fundos na Europa ainda não parece estar a gerar fluxos significativos por parte das instituições. No momento, as expectativas do mercado estão focadas principalmente na aprovação de tais instrumentos nos EUA, o que poderia potencialmente influenciar o desenvolvimento a longo prazo do mundo criptográfico.”
No entanto, Drozdz prevê dificuldade em avaliar com precisão a escala de capital pronto para investir neste mercado com produtos financeiros que representam apenas 2,9% da capitalização.
No geral, ele aponta o rápido aumento da entrada de novos fundos que o ETF Bitcoin pode trazer de instituições e investidores como algo a ser observado. Drozdz disse que isso poderia até sugerir o início de um novo mercado altista.
Ele não é o primeiro a especular o potencial início de uma nova corrida no mercado altista, já que analistas e comunidades de mídia social acumularam sentimentos semelhantes antes da decisão da SEC. Drozdz concluiu dizendo:
“Considerando que o Bitcoin ainda representa 53,7% da capitalização do mercado, o sucesso desta criptomoeda pode ter um impacto significativo no resto das moedas digitais.”
