Os ETFs de Bitcoin dos EUA registraram seu maior fluxo de entrada em junho, atraindo US$588,6 milhões e estendendo uma sequência de 11 dias consecutivos com fluxos líquidos positivos. Isso marca a maior sequência contínua de fluxos de entrada desde dezembro de 2024, refletindo o aumento do interesse institucional, apesar das incertezas geopolíticas em curso.
Dados da Farside Investors revelaram que o iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock foi o principal impulsionador da alta, atraindo US$436,3 milhões. O FBTC da Fidelity veio em seguida, com US$217,6 milhões em capital novo, enquanto contribuições menores vieram dos fundos Bitwise e VanEck. Por outro lado, o GBTC da Grayscale continuou a registrar saídas, perdendo US$85,2 milhões.
Ao longo deste período de 11 dias, os ETFs de Bitcoin arrecadaram coletivamente mais de US$2,2 bilhões, sinalizando uma forte demanda de investidores institucionais ávidos por exposição ao Bitcoin (BTC) por meio de veículos regulamentados e líquidos. Essa entrada sustentada destaca a crescente confiança no Bitcoin como um ativo digital em meio a mudanças no cenário macroeconômico e geopolítico.
As entradas coincidiram com um acontecimento geopolítico significativo — o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o Irã. Após a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de um cessar-fogo completo e total, os mercados responderam positivamente, com o Bitcoin atingindo uma máxima diária acima de US$106.800.
Vincent Liu, Diretor de Investimentos da Kronos Research, comentou:
“As entradas persistentes em ETFs de Bitcoin destacam o fortalecimento do BTC como ouro digital. Os investidores buscam estabilidade em meio à escassez. O Bitcoin é cada vez mais visto como um porto seguro e resiliente em meio à incerteza global.”
Enquanto os ETFs de Bitcoin aproveitaram esse impulso de entrada, os ETFs baseados em Ether (ETH) apresentaram um desempenho misto. O EFUT da VanEck recebeu US$98 milhões em entradas, mas o ETHE da Grayscale enfrentou saídas de US$26,7 milhões, indicando um sentimento mais variado dos investidores em relação ao Ether em comparação ao Bitcoin.
Ray Youssef, CEO da NoOnes, descreveu a ação do preço do Bitcoin após o cessar-fogo mais como uma “recuperação de alívio” do que como um rompimento decisivo. Youssef explicou:
“A recuperação do mercado refletiu a expiração após um período de tensão sustentada, com a cautela dos investidores ainda prevalecendo devido a um calendário macroeconômico intenso.”
Olhando para o futuro, eventos importantes como o próximo depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Congresso, e o relatório de inflação das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) devem influenciar fortemente a direção do mercado no curto prazo. Até que esses catalisadores forneçam uma orientação mais clara, espera-se que o Bitcoin se consolide em uma faixa entre US$100.000 e US$106.000. Youssef destacou
“Há uma resistência perto de US$106.200 e uma possível queda para US$93.000 caso o suporte em US$100.000 não se mantenha.”
Os recentes fluxos para ETFs de Bitcoin ressaltam o crescente apetite institucional e reforçam a narrativa do Bitcoin como uma reserva digital de valor, especialmente durante períodos de calmaria geopolítica. No entanto, participantes cautelosos do mercado permanecem atentos aos próximos desenvolvimentos macroeconômicos que podem ditar a trajetória de curto prazo do mercado de criptomoedas.
