Andrew Keys, cofundador da empresa de investimentos The Ether Machine, focada em Ethereum, afirmou recentemente que os investidores que possuíam Ether (ETH) em vez de Bitcoin (BTC) desde o início do Ethereum seriam significativamente mais ricos hoje.
Inicialmente afirmando que os detentores de Ether seriam 50 vezes mais ricos nesse período, Keys posteriormente corrigiu o número para 30 vezes em uma publicação no X (antigo Twitter). Seus comentários reacenderam a comparação entre Ethereum e Bitcoin, não apenas em termos de desempenho de preço, mas também em suas respectivas utilidades e trajetórias de adoção.
O Ethereum foi lançado em julho de 2015, seis anos após a criação do Bitcoin. Naquela época, o Bitcoin já era negociado em torno de US$280, enquanto o Ether começou a ser negociado a aproximadamente US$1,60. Desde então, o ETH se valorizou mais de 236.000%, enquanto o crescimento do BTC desde seu preço inicial de negociação de cerca de US$0,05 até seu pico representa um aumento percentual muito maior. No entanto, ao comparar apenas o período desde o lançamento do Ethereum, o ETH superou o BTC em termos de crescimento de preço.
Keys não possui Bitcoin, afirmando que prefere o Ethereum em todos os aspectos. Ele comparou os dois à tecnologia moderna, dizendo que prefere usar um iPhone a um telefone fixo.
Sua posição é sustentada pela utilidade programável do Ethereum e seu domínio na hospedagem de ativos tokenizados e aplicativos descentralizados. Keys destacou que mais de 90% dos ativos tokenizados e stablecoins operam no Ethereum, e ele acredita que o Ethereum será o principal beneficiário da ‘Lei GENIUS’, uma legislação recente dos EUA que visa regular ativos digitais e stablecoins. A Lei favorece plataformas que suportam conformidade e transparência, áreas nas quais o Ethereum já possui infraestrutura significativa.
A Ether Machine, planeja abrir o capital por meio de uma fusão com a SPAC Dynamix Corporation. A empresa será lançada com mais de 400.000 ETH, atualmente avaliada em aproximadamente US$1,5 bilhão. Uma vez aberta, a Bitmine deverá se tornar a maior detentora institucional de Ethereum, ultrapassando as participações de empresas como SharpLink. Essa iniciativa visa fornecer um veículo público para que investidores institucionais obtenham exposição à Ethereum em uma estrutura regulamentada, semelhante a uma tesouraria.
Essa iniciativa institucional reflete uma tendência mais ampla no mercado. Várias empresas estão começando a tratar a Ethereum não apenas como uma moeda digital, mas também como um ativo gerador de rendimento, graças à sua capacidade de staking.
Por exemplo, a Bitmine, apoiada por figuras como Peter Thiel e Cathie Wood, detém mais de US$1 bilhão em ETH e investe ativamente em staking de uma parte para obter retornos. Outras empresas, como GameSquare, Bit Digital e SharpLink Gaming, também adotaram ETH em suas tesourarias corporativas.

Apesar desses endossos, o Ethereum ainda não retornou à sua máxima histórica de US$4.878, alcançada pela última vez em novembro de 2021. O ETH permanece cerca de 23% abaixo desse nível e tem sido negociado principalmente em baixa desde 2022.
Em contraste, o Bitcoin atingiu recentemente uma nova máxima histórica em julho de 2025, demonstrando um aumento de 78% desde o seu pico de 2021. Essa divergência levou alguns participantes do mercado a argumentarem que o Ethereum está prestes a se recuperar, especialmente devido ao crescente interesse institucional.
Defensores do Ethereum argumentam que o baixo desempenho do ETH no curto prazo não anula sua proposta de valor a longo prazo. Eles acreditam que a programabilidade, as recompensas de staking e o ecossistema dominante do Ethereum impulsionarão o crescimento futuro.
De acordo com Jeff Mei, COO da corretora de criptomoedas BTSE, os traders estão migrando para o Ethereum porque ele permanece abaixo de seu pico, ao mesmo tempo em que apresenta fortes fundamentos estruturais.
O debate entre Bitcoin e Ethereum continua a moldar as estratégias de investimento no setor de ativos digitais. O Bitcoin mantém sua reputação como reserva de valor e a criptomoeda original, enquanto o Ethereum é cada vez mais visto como uma infraestrutura digital, impulsionando uma ampla gama de aplicações e produtos financeiros.
Há um sinal claro de que as instituições estão começando a enxergar o Ethereum não apenas como um ativo especulativo, mas como uma camada fundamental para a próxima fase da inovação financeira. Se o Ethereum continuará a superar o Bitcoin dependerá das tendências de adoção, da clareza regulatória e de como o mercado em geral percebe o valor em plataformas descentralizadas.