EUA vai comprar o TikTok?

Autoridades chinesas estão explorando a possibilidade de vender as operações do TikTok nos EUA para o empresário bilionário Elon Musk se a plataforma enfrentar uma proibição nos Estados Unidos. Essa possibilidade surgiu como uma contingência para lidar com a proibição eminente do TikTok devido à administração Trump. No entanto, a empresa controladora, ByteDance, está tentando lutar contra a proibição por meio de canais legais.

De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, o governo chinês discutiu a possibilidade de fundir o TikTok dos EUA com a plataforma de Musk, X (conhecida como Twitter). Caso isso aconteça, Musk poderia obter um portfólio de mídia social ainda mais robusto. No entanto, um representante refutou esses rumores, chamando-os de “pura ficção”.

Essas especulações ocorrem em um ambiente em que a Suprema Corte dos EUA demonstrou intenção de aprovar uma legislação que poderia forçar a ByteDance a vender e/ou encerrar suas operações nos EUA. Com a data dessa decisão se aproximando rapidamente, o presidente eleito Donald Trump indicou o desejo de adiar a proibição para que as negociações possam ocorrer.

A legislação de 2023 foi criada em resposta ao receio de que o TikTok pudesse expor dados sensíveis de usuários americanos ao governo chinês. Esse medo gerou preocupações sobre a possibilidade de vigilância e ameaças à segurança nacional, o que motivou a criação de regulamentações para limitar o acesso a essas informações.

Em 10 de janeiro, a Suprema Corte ouviu argumentos no recurso de emergência do TikTok, que busca contornar a lei. A ByteDance alegou que a lei infringe os direitos da Primeira Emenda dos 170 milhões de clientes do TikTok nos EUA, que a alienação obrigatória prejudicaria a liberdade de expressão. De acordo com a lei, que está programada para entrar em vigor em 19 de janeiro, a ByteDance é forçada a vender sua parte no TikTok ou se tornar uma proibição de fato para os EUA.

Analistas da Bloomberg Intelligence estimam que os negócios do TikTok nos EUA estão avaliados em uma faixa de US$40 a US$50 bilhões. Essa avaliação destaca a importância da posição do TikTok no mercado dos EUA e as consequências que uma possível venda e fechamento podem acarretar.

Enquanto isso, diante de tal incerteza, Elon Musk abordou publicamente a questão. Em abril de 2023, Musk sugeriu:

“O TikTok não deve ser banido nos EUA. Proibir o TikTok é contra a liberdade de expressão e é contra os valores da China nos Estados Unidos.”

A possível venda do TikTok para Musk atraiu a preocupação dos observadores da indústria. Alex Finn, fundador da plataforma de produtividade social 1% Better, sugeriu que a compra do TikTok a um preço reduzido poderia ser um ponto de virada para Elon Musk. Segundo Finn, adquirir o TikTok por uma quantia pequena, aproveitando a grande base de usuários e a vasta biblioteca de conteúdo de vídeo da plataforma, poderia ser uma verdadeira revolução. Uma fusão com o X fortaleceria ainda mais a posição de Musk no cenário de mídia social.

Embora a especulação sobre a possível venda do TikTok seja grande, os detalhes ainda permanecem desconhecidos. Um representante do TikTok se recusou a comentar o relatório, considerando-o especulativo. A empresa não confirmou se a ByteDance está ciente das discussões dentro do governo chinês, nem se houve qualquer conversa formal entre Musk e o TikTok sobre a venda potencial.

A contínua luta legal sobre o destino do TikTok nos EUA, por exemplo, também alimenta questões sobre como a regulamentação governamental, as plataformas de mídia social e a liberdade de expressão interagem entre si. A controvérsia em torno do TikTok é um elemento de uma discussão mais ampla sobre o lugar das empresas de tecnologia controladas por estrangeiros nos EUA e os riscos associados ao grau de acesso às informações pessoais que essas empresas têm.


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