Fake News no mercado?

Fake News no mercado?

Recentemente, uma notícia alegando que o presidente dos EUA, Donald Trump, estava considerando uma suspensão de tarifas por 90 dias, excluindo as da China, gerou uma volatilidade significativa no mercado financeiro.

A informação teve origem na conta verificada “Walter Bloomberg” no X, que não é afiliada à Bloomberg News. Essa conta, com 852.000 seguidores, publicou:

“Hassett: Trump está considerando uma suspensão de tarifas por 90 dias para todos os países, exceto a China.”

A publicação ganhou força após ser transmitida erroneamente pela CNBC e posteriormente disseminada pela Reuters.

A reação imediata a essa notícia foi uma forte alta nos principais índices de ações. O S&P 500 saltou mais de 8% em relação à sua mínima diária, a Nasdaq subiu 9,5% em uma hora e o Dow Jones Industrial Average subiu 7%, adicionando trilhões ao valor do mercado de ações. As criptomoedas refletiram essa resposta; O preço do Bitcoin disparou 6,5%, ultrapassando brevemente US$80.000 antes de recuar.

A Casa Branca abordou rapidamente o rumor por meio de sua conta “Rapid Response”, rotulando a notícia como FAKE NEWS“. Após esse esclarecimento, os mercados reverteram seus ganhos, ressaltando a sensibilidade dos instrumentos financeiros às especulações sobre política comercial.

Este incidente destaca a prontidão do mercado para reagir positivamente a qualquer indicação de alívio tarifário. O analista de criptomoedas, Lark Davis, observou que um atraso de 90 dias gerou um entusiasmo significativo do mercado. Ele observou:

“Acordos comerciais formais com grandes economias como Índia, Canadá e Reino Unido poderiam desencadear entradas substanciais de capital, dada a evidente ânsia dos investidores em “imitar” a menor oportunidade.”

O episódio também levantou preocupações sobre o potencial de exploração estratégica das reações do mercado. Geiger Capital, um usuário do X, observou que o governo poderia reconhecer a responsividade do mercado aos anúncios de tarifas e poderia usar essas pausas para induzir altas no mercado. Isso sugere uma possível tática em que sinais de políticas são empregados para influenciar o comportamento do mercado, embora tais estratégias acarretem riscos de corroer a confiança dos investidores se forem percebidas como manipulativas.

Em entrevista à Fox News, o assessor econômico Kevin Hassett, foi questionado sobre a possibilidade de uma suspensão tarifária por 90 dias. Ele respondeu de forma evasiva, afirmando:

“Acho que o presidente vai decidir o que o presidente vai decidir. Quaisquer efeitos negativos das políticas comerciais constituiriam uma pequena parcela do PIB.”

Hassett rejeitou a retórica alarmista, afirmando que as previsões de crises econômicas severas eram infundadas.

Pouco depois que a falsa reportagem foi retirada, o presidente Trump usou sua plataforma de mídia social, Truth Social, para emitir um alerta à China. Ele afirmou que, se a China não revogasse seu recente aumento de 34% nas tarifas, os EUA imporiam tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses. Este anúncio ressaltou a posição firme do governo em relação às negociações comerciais e sua prontidão para intensificar as medidas, se necessário.

É evidente o profundo impacto que algumas notícias podem ter nos mercados financeiros, especialmente quando se trata de questões sensíveis como políticas de comércio internacional. A rápida resposta do mercado ao rumor reflete ansiedades subjacentes e os altos riscos associados às tensões comerciais em curso. Os investidores parecem estar monitorando de perto quaisquer desenvolvimentos que possam sinalizar uma redução ou intensificação das disputas comerciais, ajustando suas posições de acordo. Essa sensibilidade sugere que as comunicações oficiais e as decisões políticas no âmbito do comércio internacional continuarão a ter efeitos desproporcionais sobre o desempenho do mercado.


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