De acordo com a empresa de segurança cibernética dos Estados Unidos, Recorded Future, hackers norte-coreanos roubaram cerca de US$3 bilhões em criptomoedas desde 2017, com mais da metade desse valor roubado somente no ano passado.
A Recorded Future indicou em um relatório recente que a quantidade de criptomoedas roubadas equivale a aproximadamente metade de todas as despesas militares da Coreia do Norte durante o ano:
“Hackers norte-coreanos foram acusados de roubar cerca de US$1,7 bilhão em criptomoedas somente em 2022, uma soma equivalente a aproximadamente 5% da economia da Coreia do Norte ou 45% de seu orçamento militar.”
Since 2017, North Korea has significantly increased its focus on the cryptocurrency industry, stealing an estimated $3 billion worth of cryptocurrency. pic.twitter.com/cES9gq2AK3
— Recorded Future (@RecordedFuture) November 30, 2023
Além disso, o montante roubado ultrapassa por uma margem considerável o rendimento anual total das exportações do país.
“Este montante é também quase 10 vezes superior ao valor das exportações da Coreia do Norte em 2021, que foi de 182 milhões de dólares.”
Enquanto isso, explicou que os hackers norte-coreanos inicialmente visaram a Coreia do Sul por causa de suas criptomoedas, antes de expandirem seu foco para o resto do mundo:
“Os operadores cibernéticos norte-coreanos mudaram seu foco das finanças tradicionais para esta nova tecnologia financeira digital, visando primeiro o mercado sul-coreano de criptomoedas antes de expandirem significativamente seu alcance globalmente.”
Observou-se que o apoio do governo norte-coreano levou a uma expansão significativa na escala da operação ilícita.
“O apoio estatal permite que os agentes de ameaças norte-coreanos ampliem as suas operações para além do que é possível para os cibercriminosos tradicionais.”
Em notícias recentes, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA impôs sanções ao Sinbad, alegando que a plataforma facilitou a lavagem de fundos para o Grupo Lazarus, com sede na Coreia do Norte.
De acordo com um relatório da ONU, os ataques cibernéticos foram mais sofisticados em 2022 do que nos anos anteriores, tornando a localização de fundos roubados mais difícil do que nunca.
Enquanto isso, a empresa de análise de blockchain, Chainalysis, rotulou os sindicatos de criminosos cibernéticos como os “hackers de criptomoedas mais prolíficos dos últimos anos”.
Além disso, a Chainalysis observou que hackers ligados à Coreia do Norte estavam movimentando fundos através de misturadores de criptomoedas, como Tornado Cash e Sinbad, a uma taxa muito mais alta do que outros grupos criminosos.
