A Hering, um nome centenário e icônico na indústria têxtil e de moda brasileira, está marcando um marco significativo em sua história ao lançar um museu virtual que integra tecnologias de ponta, como inteligência artificial (IA), metaverso e gamificação.
A iniciativa faz parte da comemoração dos 145 anos da empresa, que também coincide com a modernização de suas operações e a exploração de novos modelos de negócios.
O “Museu Hering no Metaverso”, inaugurado em fevereiro de 2025, oferece aos visitantes uma experiência virtual imersiva que dá vida à rica história da marca. Ao alavancar IA e elementos gamificados, o museu virtual fornece uma maneira interativa de explorar não apenas o legado da Hering, mas também os processos de produção da empresa, a logística e a evolução de sua sede em Blumenau, Santa Catarina.
A jornada da Hering começou em 1880, quando os irmãos Bruno e Hermann Hering, juntamente com a esposa de Hermann, Minna, fundaram a empresa. De seu modesto começo em Blumenau, a Hering logo cresceu e se tornou um símbolo da cultura brasileira, especialmente no século XX, onde se tornou conhecida por seus tecidos de alta qualidade e linhas de roupas populares.
No museu virtual, os visitantes podem conhecer os irmãos Hering e Minna por meio de interações gamificadas e alimentadas por IA. Essa experiência permite que os usuários voltem no tempo e obtenham uma compreensão mais profunda de como a empresa evoluiu. Essa abordagem explora a tendência crescente de usar ambientes virtuais para fins educacionais, de entretenimento e comerciais, permitindo que as pessoas se conectem com o passado de uma forma mais dinâmica e envolvente.
O Museu Hering não é apenas uma exploração histórica; também representa o movimento da empresa em direção à criação de novas oportunidades de negócios no reino digital.
A startup Metaverso VX, fundada em 2022 em resposta à mudança para o digital impulsionada pela pandemia, é especializada em criar experiências híbridas que combinam ambientes físicos e digitais. Valmor Rabelo Filho, um dos fundadores, explica que:
“Ao traduzir espaços do mundo real em cenários virtuais, é possível criar novos caminhos para negócios e lucro. Para empresas como a Hering, isso significa usar o metaverso não apenas como uma ferramenta de marketing, mas como uma forma de aprimorar suas operações comerciais e expandir o engajamento do cliente de maneiras inovadoras.”
O museu virtual mostra o potencial de tecnologias imersivas como realidade virtual (RV), realidade aumentada (RA) e gamificação, que ganharam destaque no cenário digital em evolução. Essas tecnologias, embora ainda em seus estágios iniciais de desenvolvimento, já demonstraram sua capacidade de remodelar a forma como as pessoas interagem com marcas, produtos e experiências. Apesar do declínio do hype em torno do metaverso após o entusiasmo exagerado em 2021 e 2022, os especialistas continuam confiantes sobre seu potencial de longo prazo.
Reinoldo Miranda, outro sócio fundador da Metaverso VX, acredita que, embora o metaverso tenha enfrentado alguns contratempos, sua capacidade de fornecer uma nova forma de interação social e experiências virtuais que podem simular a realidade é inegável.
“O crescimento dos espaços digitais, principalmente no contexto de museus e empresas, oferece vastas oportunidades inexploradas. Por exemplo, os museus virtuais agora podem oferecer aos visitantes a chance de comprar versões digitais de produtos físicos, como souvenirs ou até mesmo itens de moda. Para empresas como a Hering, isso pode significar criar uma loja virtual que venda produtos digitais com equivalentes do mundo real.”
Apesar do ceticismo inicial em torno do metaverso, principalmente devido aos desafios enfrentados pelos Reality Labs da Meta, a tecnologia está evoluindo rapidamente. A Meta, liderada por Mark Zuckerberg, continua comprometida em tornar o metaverso uma parte fundamental de seu futuro. Zuckerberg declarou recentemente que 2025 seria o ano do metaverso, sinalizando sua confiança contínua em ambientes virtuais imersivos.
No entanto, o caminho não foi isento de desafios. A unidade Reality Labs da Meta, responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de realidade virtual e metaverso, relatou perdas superiores a US$60 bilhões desde seu início em 2020. Apesar desses contratempos financeiros, Zuckerberg e outros especialistas em tecnologia continuam a acreditar que os ambientes virtuais imersivos moldarão o futuro da internet e das interações comerciais.
À medida que o metaverso se torna mais sofisticado, a experiência do usuário continua a melhorar. De acordo com Guilherme Paranhos, outro sócio da Metaverso VX, a tecnologia por trás dos ambientes virtuais está avançando a um ponto em que os usuários estão cada vez mais surpresos com a qualidade da experiência.
“As pessoas geralmente têm noções preconcebidas sobre a realidade virtual, mas uma vez que mergulham nesses novos ambientes, sua percepção muda drasticamente.”
Ao criar um museu virtual, a Hering se junta a uma lista crescente de empresas e instituições que estão explorando o potencial do metaverso e ambientes digitais imersivos como a próxima fronteira em negócios, cultura e engajamento do consumidor.