A forma como as grandes empresas de tecnologia trata os dados dos usuários é controversa há algum tempo. Meta, Apple, Google e Microsoft são frequentemente acusadas de coletar e vender dados pessoais de seus usuários. Porém, para onde exatamente esses dados vão e quanto deles é entregue a empresas e governos, não está claro.
No entanto, um novo estudo da Surfshark revela que as solicitações de dados pessoais de usuários de governos globais estão aumentando. O estudo se concentrou no período de 2013 a 2021, com 2020 registrando o maior aumento ano a ano de 38%, seguido por um aumento de 25% em 2021.
Meta, Microsoft, Apple e Google foram as quatro grandes empresas de tecnologia incluídas durante a pesquisa, com a Meta tendo o maior número de contas de interesse das autoridades. Duas das cinco contas hospedadas pela Meta foram solicitadas (6,6 milhões) durante o período do estudo.
A Apple, por outro lado, teve o menor número, com apenas 416.000 contas solicitadas a autoridades globais.
O estudo mostra que 60% dos pedidos vieram de autoridades dos Estados Unidos e da Europa. No entanto, os EUA solicitaram mais que o dobro de contas por 100.000 usuários do que todos os países da União Europeia juntos.
Seguindo os EUA nos primeiros lugares estão Alemanha, Cingapura, Reino Unido e França.
De acordo com o relatório, as solicitações de dados geralmente estão relacionadas a investigações criminais e processos civis ou administrativos em que dados digitais são necessários.
Gabriele Kaveckyte, membro do conselho de privacidade da Surfshark, disse que, junto com as solicitações de dados, as autoridades também estão procurando maneiras de monitorar e combater o crime por meio de serviços online.
“Por um lado, a introdução de tais novas medidas poderia ajudar a resolver casos criminais graves, mas as organizações da sociedade civil expressaram sua preocupação em incentivar técnicas de vigilância…”
Por parte das empresas de tecnologia, a taxa de divulgação de dados do usuário aumentou quase 71%. A Apple lidera quando se trata de divulgar essas informações, com uma taxa média de divulgação de 86% em 2021 e 82% no período do estudo.
As ferramentas de descentralização e Web3 costumam ser apontadas como soluções para superar o monopólio da Big Tech sobre as informações do usuário. Alguns até disseram que plataformas Web2 como Facebook e Twitter serão obsoletas graças à tecnologia blockchain.
Em fevereiro, uma versão descentralizada do Twitter, chamada Damus, foi lançada oficialmente nas lojas de aplicativos para ser uma rede social que você controla.
Mesmo as grandes empresas de tecnologia começaram a entrar no espaço da Web3, com a Meta introduzindo, sem sucesso, NFTs no Instagram e no Facebook.
