O CEO da Voltage, Graham Krizek, compartilhou recentemente uma projeção ousada: até 2028, a Lightning Network (LN) do Bitcoin poderá processar pelo menos 5% do volume global de transações de stablecoins, com base nas métricas atuais e no crescimento projetado.
Com os fluxos diários de stablecoins girando em torno de US$180 bilhões, isso se traduz em aproximadamente US$9 bilhões em stablecoins transacionadas na LN — uma mudança substancial em relação à atividade insignificante de hoje.
Krizek descreve a Lightning como a “principal ferramenta de escalabilidade para stablecoins”, elogiando sua capacidade de suportar transações ponto a ponto de alto rendimento e baixo custo. Ele enfatizou que:
“Embora a atividade atual de stablecoins na LN seja mínima, espera-se um crescimento dinâmico quando grandes emissores, como Tether e Circle, ativarem o suporte nativo à LN, provavelmente a partir do segundo semestre deste ano.”
De fato, a Tether abriu caminho ao anunciar em janeiro que o USDT operaria nativamente na Lightning. Alguns meses depois, a Lightning Labs lançou o Taproot Assets v0.6, enquadrando a LN como uma camada forex descentralizada para stablecoins no Bitcoin.
O CEO da Tether, Paolo Ardoino, ecoou esse otimismo, descrevendo o USDT na Lightning como uma solução ideal para transações em larga escala, elogiando sua eficiência arquitetônica em comparação com redes congestionadas.
Em termos de infraestrutura, a capacidade atual da rede é de aproximadamente 3.820 BTC (cerca de US$448 milhões), com 14.000 nós e cerca de 44.800 canais ativos. Embora o total de canais tenha diminuído 23% desde janeiro — em parte um sinal de consolidação — Krizek destaca que a eficiência da rede melhorou, com canais maiores e mais otimizados agora comuns.

O alcance dos usuários da Lightning também está se expandindo. Krizek estima que mais de 700 milhões de usuários agora têm acesso à LN por meio de corretoras, carteiras e plataformas de pagamento — efetivamente dobrando seu alcance em um ano.
Ele atribui o crescimento à demanda tanto do varejo quanto institucional: os usuários do varejo estão experimentando casos de uso de ponta, enquanto as instituições estão começando a explorar a LN por seus benefícios de capital e risco. Notavelmente, serviços de pagamento móvel como o Cash App já encaminham 25% de suas transações de Bitcoin pela Lightning, sinalizando uma crescente integração institucional.

A abordagem da Voltage é igualmente estratégica: eles se concentram em ferramentas para ajudar carteiras e provedores de pagamento a integrar o suporte a stablecoins na Lightning. Sua infraestrutura foi projetada para reduzir intermediários, reduzir os custos de liquidação em até 90% e oferecer suporte a transferências de valor rápidas e descentralizadas — com o objetivo mais amplo de mover fluxos volumosos de stablecoins para o ecossistema da Lightning.
Ainda assim, capturar 5% dos fluxos de stablecoins enfrenta desafios:
- A fragmentação da liquidez e as limitações de canais podem dificultar fluxos de alto volume na rede.
- A experiência do usuário continua sendo uma barreira; o gerenciamento de canais e roteamento exige interfaces de carteira aprimoradas.
- Os principais emissores de stablecoins devem integrar nativamente, e uma adoção mais ampla depende da implementação completa de infraestruturas como Taproot Assets ou Taro.
- A clareza regulatória continua essencial; a aprovação de leis americanas como a Lei GENIUS pode ajudar a abrir caminho, mas as estruturas globais ainda estão em formação.
Embora blockchains concorrentes como Ethereum e Solana dominem atualmente o volume de stablecoins, a integração da Lightning com o Bitcoin oferece vantagens únicas. Essas vantagens incluem resistência à censura, liquidação ponto a ponto e o aproveitamento do robusto modelo de segurança do Bitcoin, tornando-o especialmente atraente para usuários em jurisdições onde redes centralizadas de stablecoins enfrentam escrutínio.