O Bitcoin ultrapassou recentemente a marca de US$100.000 pela primeira vez desde janeiro de 2025, sinalizando um ressurgimento da confiança dos investidores e uma mudança no cenário das criptomoedas. Este marco reflete uma confluência de fatores, incluindo desenvolvimentos macroeconômicos, adoção institucional e ambientes regulatórios em evolução.

A recente alta no preço do Bitcoin é amplamente atribuída ao otimismo renovado nas relações comerciais globais. Recentemente, o preço do BTC subiu para US$101.329,97, um ganho diário de 4,7%, após o anúncio de um novo acordo comercial EUA-Reino Unido. Este acordo, que mantém uma tarifa americana de 10% sobre as importações do Reino Unido, enquanto o Reino Unido reduziu as tarifas para 1,8%, ajudou a acalmar as incertezas do mercado e reacendeu o interesse dos investidores em ativos de risco, incluindo criptomoedas.
Além disso, o alívio das tensões geopolíticas e as expectativas de um ambiente regulatório mais favorável sob o governo do presidente Donald Trump impulsionaram ainda mais o sentimento do mercado. A postura pró-criptomoedas do governo, incluindo o estabelecimento de uma Reserva Estratégica de Bitcoin, proporcionou uma sensação de legitimidade e estabilidade ao mercado de criptomoedas.
O interesse institucional no Bitcoin atingiu níveis sem precedentes, contribuindo significativamente para sua valorização. Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin listados nos EUA tiveram um aumento de 175% nas entradas em relação ao ano anterior, totalizando US$40,6 bilhões no início de 2025. Esse aumento no investimento institucional ressalta a crescente aceitação do Bitcoin como uma classe de ativos legítima.

Empresas como BlackRock e Fidelity estiveram na vanguarda desse movimento, com o iShares Trust (IBIT) da BlackRock respondendo sozinho por mais de US$40 bilhões em entradas líquidas. O influxo de capital institucional não apenas elevou o preço do BTC, como também aumentou sua liquidez e profundidade de mercado.
De uma perspectiva técnica, os movimentos recentes de preço do Bitcoin indicam uma forte tendência de alta. O domínio de mercado da criptomoeda ultrapassou 60%, um nível não visto desde o início de 2021, refletindo sua crescente participação no mercado total de criptomoedas. Esse domínio sugere uma mudança na preferência dos investidores pelo BTC em relação às altcoins, possivelmente devido à sua estabilidade percebida e histórico comprovado.
No entanto, analistas de mercado alertam que a ascensão do Bitcoin enfrenta potencial resistência perto da faixa de US$107.000 a US$110.000. A realização de lucros e a incerteza do mercado podem levar a recuos de curto prazo, com níveis de suporte identificados em torno de US$93.780. No entanto, a tendência geral permanece positiva, com projeções indicando um potencial aumento para US$120.000 se o momento atual persistir.
Um acontecimento significativo que influencia a trajetória do BTC é a criação da ‘Reserva Estratégica de Bitcoin’ dos EUA. Promulgada pelo presidente Trump em março de 2025, essa reserva visa manter o Bitcoin de propriedade do governo como um ativo de reserva nacional, juntamente com um ‘Estoque de Ativos Digitais’ para outras criptomoedas. Este movimento posiciona o Bitcoin como um ativo estratégico dentro do sistema financeiro dos EUA e estabelece um precedente para outras nações que consideram iniciativas semelhantes.

O conceito de reserva estratégica de Bitcoin atraiu atenção internacional, com países como Japão, Rússia e Argentina explorando a possibilidade de incorporar Bitcoin às suas reservas nacionais. Esses desenvolvimentos sinalizam uma aceitação mais ampla do Bitcoin como reserva de valor e proteção contra incertezas econômicas.
A recente alta do BTC acima da marca de US$100.000 representa mais do que apenas um marco de preço; significa uma mudança de paradigma no cenário financeiro. Impulsionado por condições macroeconômicas favoráveis, adoção institucional e estruturas regulatórias favoráveis, o Bitcoin está em transição de um ativo especulativo para um instrumento financeiro convencional.