A World Mobile revelou uma nova abordagem ousada para lidar com as lacunas globais de conectividade. Por meio de uma parceria com a gigante de telecomunicações da Indonésia, Protelindo, a empresa lançou a World Mobile Stratospheric, uma rede 5G habilitada para blockchain, fornecida por drones movidos a hidrogênio, voando a cerca de 18.000 metros de altitude — bem acima da turbulência tempestuosa e das bandas de frequência congestionadas dos nossos céus.
Cada aeronave especializada pode permanecer no ar por até 9 dias, com uma envergadura de aproximadamente 56 metros e pesando cerca de quatro toneladas.
Apesar dessas dimensões impressionantes, elas são projetadas para serem eficientes — leves, mas robustas o suficiente para suportar condições estratosféricas adversas, incluindo radiação cósmica e aquecimento solar extremo. Dissipação de calor eficaz e sistemas eletrônicos duráveis são essenciais para manter as operações sem problemas.

Esses drones não são apenas mods de voo; são infraestrutura de telecomunicações séria. Cada um comanda 450 feixes direcionáveis, permitindo cobertura em aproximadamente 15.000 quilômetros quadrados — o que equivale a substituir mais de 500 torres de celular tradicionais por uma única aeronave.
Seu desempenho é ainda mais impressionante: latência ultrabaixa de apenas 6 milissegundos e custos estimados até 18 vezes menores por gigabyte em comparação com serviços de satélite convencionais.
O World Mobile Stratospheric complementa, em vez de substituir, a DePIN (Rede de Infraestrutura Física Descentralizada) existente da World Mobile. A DePIN combina infraestrutura de telecomunicações tradicional com nós operados localmente para alcançar áreas remotas e carentes. A combinação de cobertura aérea em alta altitude e suporte em nível terrestre fornece um modelo flexível e híbrido para conectar comunidades de forma mais eficaz.
O momento para um plano tão ambicioso não poderia ser melhor. O setor de comunicações baseadas no céu, que inclui plataformas aéreas e via satélite, atualmente tem um valor de cerca de US$98,3 bilhões e a projeção é de que cresça para uma indústria de US$159 bilhões até 2030.
A World Mobile visa conquistar um nicho estratégico, alavancando blockchain e tecnologia de drones em regiões densamente povoadas — mercados onde os satélites tradicionais podem ser insuficientes.

A World Mobile não é a única a se lançar no céu. A Starlink — a provedora de internet via satélite de Elon Musk — domina implantações remotas e dependentes de hardware. Em contraste, o modelo da World Mobile funciona diretamente com dispositivos existentes, eliminando a necessidade de receptores especiais.

Em terra, a Helium Mobile oferece uma rede sem fio descentralizada por meio de nós operados pela comunidade e parcerias, como com a AT&T. Mas, ao integrar a cobertura aérea, a World Mobile pode ter um desempenho superior em regiões com maior densidade populacional e demanda, oferecendo benefícios tanto em termos de velocidade quanto de custo.
Por trás da tecnologia, existe uma camada de consciência ambiental e ética comunitária. Cada drone voa com hidrogênio líquido, produzindo zero emissões de carbono, tendo apenas vapor d’água como subproduto.
Isso se alinha a uma visão mais ampla para a infraestrutura de telecomunicações que valoriza a sustentabilidade juntamente com o desempenho.
Apesar da promessa, a jornada para a implantação em larga escala é complexa. Cada drone deve equilibrar eficiência de combustível, integridade estrutural e resiliência eletrônica contra condições estratosféricas extremas, sem mencionar a radiação solar e a temperatura — e os raios cósmicos.
A aprovação regulatória apresenta outro obstáculo. A conformidade com autoridades de aviação como a FAA (EUA) e a EASA (Europa), incluindo licenças para UAV e certificação de aeronavegabilidade, é inegociável — e potencialmente demorada.