Verificando a ID digital sem biometria

Verificando a ID digital sem biometria

Em uma era em que a verificação de identidade digital é primordial, a Billions Network introduziu uma plataforma que enfatiza a privacidade do usuário, eliminando a necessidade de coleta de dados biométricos.

Esta iniciativa contrasta com outros projetos, como o Sam Altman’s World (anteriormente Worldcoin), que enfrentaram escrutínio sobre suas práticas de dados biométricos.

Há poucos dias, a Billions Network anunciou o lançamento de uma plataforma de identificação digital projetada para preservar a privacidade do usuário, não exigindo dados biométricos. Utilizando sua tecnologia proprietária de verificação de conhecimento zero, Circom, a plataforma oferece um sistema de verificação universalmente acessível, adequado para humanos e agentes de IA. Esta tecnologia passou por testes por importantes instituições financeiras, incluindo Deutsche Bank e HSBC, ressaltando sua confiabilidade e potencial para ampla aplicação.

A adoção da Circom se estende além da Billions Network, com mais de 9.000 projetos, como TikTok e World, integrando esta tecnologia. A plataforma aborda os desafios crescentes que os usuários enfrentam na verificação de suas identidades digitais em meio à proliferação de deepfakes de IA, ataques Sybil e vários golpes online.

O lançamento da plataforma ocorre em meio a preocupações crescentes sobre a coleta de dados biométricos por projetos como o World. A abordagem do World envolve a coleta de escaneamentos de íris para estabelecer identidades digitais, uma prática que gerou debates significativos sobre privacidade. Órgãos reguladores em vários países intervieram devido a essas preocupações.

Por exemplo, em dezembro de 2024, as autoridades europeias ordenaram que o World excluísse todos os dados biométricos de íris coletados. A Autoridade de Proteção de Dados da Baviera concluiu que os métodos de coleta de dados do projeto violavam os regulamentos de proteção de dados pessoais, levando à suspensão das atividades da empresa na Espanha, afetando aproximadamente 400.000 participantes.

Da mesma forma, em março de 2024, a Agência de Proteção de Dados da Espanha ordenou que o World cessasse suas atividades de coleta de dados biométricos e bloqueasse todos os dados coletados em território espanhol. Esta ação foi tomada como um “procedimento de urgência” descrito no Artigo 66 do Regulamento Geral de Proteção de Dados, refletindo as preocupações imediatas da agência sobre as implicações de privacidade.

O cenário digital está cada vez mais atormentado por bots e conteúdo gerado por IA, levando a um aumento de informações de baixa qualidade e desinformação. Esse influxo ameaça o engajamento genuíno do usuário e ressalta a necessidade de sistemas robustos de verificação digital.

As plataformas de mídia social são particularmente afetadas. As estimativas sugerem que entre 5% e 15% das contas em plataformas como X (antigo Twitter) são bots.

Da mesma forma, o Facebook relata a remoção de milhões de contas de usuários falsas a cada trimestre. Embora a IA ofereça vários benefícios, ela também facilita golpes mais escaláveis ​​e lucrativos. Um relatório de fevereiro da empresa de análise de blockchain, Chainalysis, alertou que 2025 pode ser um ano recorde para golpes de criptomoedas, exacerbado pelo crescimento da IA ​​generativa.

As abordagens contrastantes da Billions Network e da World destacam o debate em andamento entre inovação tecnológica e privacidade do usuário. Embora os dados biométricos ofereçam um alto nível de segurança, eles levantam preocupações significativas de privacidade e potenciais desafios regulatórios. Por outro lado, soluções não biométricas visam fornecer verificação digital segura sem comprometer a privacidade individual.

À medida que as interações digitais continuam a evoluir, a ênfase em tecnologias de preservação da privacidade provavelmente se intensificará. O sucesso dessas plataformas dependerá de sua capacidade de oferecer soluções seguras, fáceis de usar e conscientes da privacidade que ganhem a confiança do usuário e a aprovação regulatória.


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