Reguladores financeiros na Suíça divulgaram os atos ilegais cometidos pela Envion AG, uma “operação de mineração” de criptomoeda que, ilegitimamente, arrecadou mais de US$ 90 milhões com uma oferta inicial de moeda (ICO) no ano passado.
Com esta investigação, a Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro Suíço (FINMA) procura deixar claro que as ICOs podem de fato cair no escopo das leis bancárias da Suíça, informa a Swissinfo.
Os órgãos reguladores consideraram que a Envion AG havia recebido ilegalmente depósitos de pelo menos 37.000 investidores que participaram da ICO, que foi concluída em janeiro de 2018.
A Envion AG, condenada à liquidação no final de 2018 e agora totalmente extinta, era uma (suposta) empresa de tecnologia alemã-suíça que havia desenvolvido uma “alternativa eficiente em termos energéticos para a criação de criptomoedas”.
As principais “criações” da empresa seriam “Mobile Mining Units” baseadas em contêiner para serem implementadas de maneira flexível em qualquer lugar do mundo e controladas remotamente, e aproveitassem energia limpa como hidrelétricas e energia solar para mineração.
O desenvolvimento desses mineradores de nuvem deveriam ser financiados com uma ICO para novos tokens EVN. Os investidores poderiam participar comprando em Bitcoin, Ethereum e dólares americanos.
“A Envion AG concedeu aos donos de tokens uma reivindicação de reembolso após trinta anos”, disse a FINMA. “Além disso, as condições para os tokens EVN emitidos em forma de bônus não eram iguais para todos os investidores, os prospectos não atendiam aos requisitos legais mínimos e não havia uma unidade de auditoria interna conforme exigido por lei.”
“No presente caso, essa aceitação de dólares norte-americanos e as moedas digitais da Ethereum e da Bitcoin equivalem a uma aceitação de depósitos públicos para os fins da Lei Bancária. No entanto, isso requer uma licença bancária ”, acrescentou.
A Envion AG está agora completamente falida, o que significa que a FINMA decidiu que medidas adicionais de supervisão não são necessárias em processos de falência já em andamento.
Ele alertou outras startups que continuará a tomar medidas contra empresas de criptomoeda que violem (ou tentem contornar) a lei de supervisão da Suíça. “Em última análise, isso pode levar a empresa a ser liquidada pela FINMA”, observou a declaração de hoje.
A Cidade de Zug na Suíça é conhecida por atrair os empreendedores de tecnologia do mundo, graças em parte aos seus baixos impostos (14% para corporações!). Um relatório de 2018 apontou Zug como o hub de tecnologia de mais rápido crescimento na Europa.
Ela também hospeda um ecossistema de startups e associações de blockchain chamado Crypto Valley, no qual nomes populares em criptomoedas como Bitmain, Ethereum, Cardano e ShapeShift mantêm a presença.
Traduzido e adaptado de : thenextweb.com