Roubos de criptomoedas batem recorde em 2025 com falhas de infraestrutura

Roubos de criptomoedas batem recorde em 2025 com falhas de infraestrutura

Os roubos relacionados a criptomoedas atingiram um novo pico em 2025, com mais de US$2,1 bilhões em ativos digitais roubados apenas nos primeiros seis meses do ano, de acordo com um relatório da empresa de inteligência em blockchain TRM Labs.

Esse número supera o total de perdas de todo o ano de 2024 e é cerca de 10% maior do que o recorde anterior estabelecido em 2022. O relatório atribui esse aumento principalmente ao aumento de explorações em nível de infraestrutura e vulnerabilidades de front-end, que juntas representam mais de 80% dos fundos roubados até o momento.

Explorações de infraestrutura, que incluem roubo de frases-chave privadas e manipulação de interfaces de usuário, como carteiras web ou front-ends de aplicativos descentralizados, tornaram-se a ameaça dominante no universo das criptomoedas. Esses tipos de ataques frequentemente exploram fragilidades fundamentais de design e são frequentemente apoiados por técnicas de engenharia social que induzem os usuários a divulgarem informações confidenciais ou interagir com sistemas maliciosos.

Explorações de infraestrutura tendem a gerar retornos significativamente maiores para os invasores — cerca de dez vezes mais por incidente em comparação com outros tipos de ataques a criptomoedas.

Um dos exemplos mais proeminentes de tal ataque em 2025 foi o hack da corretora Bybit, ligado à Coreia do Norte, que resultou em um prejuízo de US$1,5 bilhão. Esse único incidente, por si só, foi responsável por quase 70% de todas as perdas com criptomoedas no primeiro semestre do ano. De acordo com os dados, a escala e a sofisticação da violação ressaltam o crescente envolvimento de agentes estatais no roubo de ativos digitais. O valor médio roubado por hack subiu para US$30 milhões, o dobro dos US$15 milhões registrados no mesmo período em 2024.

(As perdas no primeiro semestre de 2025 já superaram todo o ano de 2024 combinado.)

Vulnerabilidades em nível de protocolo também desempenharam um papel no aumento deste ano. Isso inclui ataques à lógica e à codificação de contratos inteligentes — como exploits de empréstimos rápidos e bugs de reentrada — que foram responsáveis ​​por cerca de 12% das perdas totais. Embora em menor escala do que exploits de infraestrutura, esses ataques ainda podem ser altamente prejudiciais e, frequentemente, são executados rapidamente e com pouco aviso.

Outro incidente citado pelo relatório foi o hacking de junho na Nobitex, a maior corretora de criptomoedas do Irã, supostamente realizada pelo grupo hacker pró-Israel Gonjeshke Darande, também conhecido como Predatory Sparrow. O ataque, que envolveu uma quantia relativamente pequena de US$100, foi simbolicamente significativo e contribuiu para as crescentes preocupações sobre atores geopolíticos visando a infraestrutura financeira digital. O relatório enfatizou que campanhas de hacking como essas demonstram uma tendência de crescente intenção estratégica, com o crime cibernético evoluindo para uma forma de política digital.

Em todos os meses, exceto fevereiro, houve roubos de criptomoedas superiores a US$100 milhões em 2025, demonstrando um nível consistente e alto de atividades ilícitas ao longo do ano. Essa tendência representa uma grande ameaça à confiança dos investidores e à credibilidade a longo prazo dos ecossistemas de finanças descentralizadas e ativos digitais.

O setor pede por uma abordagem mais agressiva e coordenada para a segurança das criptomoedas. Além disso, também se fazem necessários práticas de segurança aprimoradas, incluindo autenticação multifator obrigatória, armazenamento de carteiras frias para grandes reservas, auditorias de contratos inteligentes mais frequentes e melhor detecção de ameaças internas.

Os números recordes de roubos no início de 2025 são mais do que apenas um alerta: são um sinal de que o setor de ativos digitais está entrando em uma nova fase de ataques cibernéticos direcionados, politicamente motivados e altamente organizados. Sem uma resposta unificada e estratégica, a escala e o impacto desses incidentes provavelmente aumentarão, ameaçando não apenas os protocolos individuais, mas também a confiança mais ampla nos sistemas financeiros digitais.


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