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Europol consegue rastrear criminosos que usaram criptomoedas

Para alguns hackers, as criptomoedas são atraentes por conta do seu anonimato. Mas, como um grupo de cibercriminosos aprendeu recentemente, talvez esse anonimato não seja tão anônimo assim.

Os hackers em questão atacavam grandes instituições bancárias desde 2013, enganando-as com download de softwares maliciosos em caixas eletrônicos. Os programas instruíam os caixas a distribuir dinheiro de forma automática e sem limites, então terceiros recebiam esses valores e transferiam para contas criminais e, mais tarde, para carteiras de criptomoedas. No final, os hackers roubaram mais de € 1 bilhão (US$ 1,2 bilhão).

A agência internacional de aplicação da lei, a Europol, apreendeu recentemente quatro membros, incluindo um “mentor” chave da trama, que foi preso na Espanha. A Europol não divulgou onde estão os criminosos.

No passado, os criminosos podiam confiar no fato de que as transações em criptomoedas eram semi-anônimas e, além disso, as autoridades não eram bem familiarizadas com a tecnologia para encontrar criminosos com rapidez suficiente.

Mas, embora as transações sejam anônimas, cada uma ainda é registrada em um livro digital público. Não é tão difícil rastrear qualquer transação de volta para as carteiras usadas para a lavagem de dinheiro. De fato, um estudo publicado no início deste ano revelou que é relativamente fácil rastrear retroativamente transações de bitcoin do mercado negro para contas públicas existentes, mesmo quando as transações foram realizadas há vários anos ou em sites que não existem mais, como o SilkRoad.

Isso é exatamente o que aconteceu neste caso. Fontes disseram ao jornal espanhol El Mundo que o livro-razão da criptomoeda é uma das formas pelas quais os agentes da Europol rastrearam e identificaram o líder do grupo.

É verdade que a maioria das agências policiais ainda não são perspicazes o suficiente para rastrear os criminosos dessa maneira (embora haja rumores de que a organização de delegados dos EUA é uma das poucas e já estão lucrando com suas apreensões de criptomoedas).

Mas essa recente apreensão pode sinalizar uma mudança na maré. Se a criptomoeda se tornar mais popular e mais usada, os governos precisarão desenvolver equipes especializadas em crimes relacionados à elas. Criminosos certamente ficarão mais cuidadosos com a lavagem de criptomoedas usando técnicas que disfarçam as carteiras usadas.

O resultado poderia ser uma corrida armamentista digital entre criminosos criptográficos e aqueles que buscam levá-los à justiça – e a aplicação da lei precisará dar um salto enorme na sofisticação para garantir que eles fiquem no topo.

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