A falida exchange de criptomoedas, FTX, diz que está considerando usar vias legais para recuperar todos os pagamentos e doações entregues por suas entidades associadas e ex-executivos, o que pode incluir os milhões em doações políticas feitas por seu ex-CEO, Sam Bankman-Fried.
Em um comunicado de imprensa, a FTX disse que já havia sido abordada por vários destinatários de contribuições ou outros pagamentos feitos por, ou sob a direção de Sam Bankman-Fried ou outros executivos, acrescentando que essas entidades buscaram “direções para o retorno de tais fundos.”
Sharing our press release just issued: FTX Debtors Announce Process for Voluntary Return of Avoidable Payments https://t.co/l57F7zgKPJ
— FTX (@FTX_Official) December 19, 2022
Recentemente, três proeminentes organizações democratas prometeram devolver mais de US$1 milhão das doações políticas de Bankman-Fried, após sua prisão e indiciamento.
Dias antes, em 13 de dezembro, um secretário de imprensa da Casa Branca se recusou a responder quando questionado se o governo Biden devolveria os US$ 5,2 milhões em doações de campanha anteriormente feitas por Bankman-Fried.
Em sua declaração recente, a FTX convidou aqueles que receberam fundos a “fazer arranjos para a devolução de tais pagamentos”, alertando que, se não fossem devolvidos voluntariamente, a exchange iniciaria uma ação legal para recuperar os pagamentos com juros.
Especialistas jurídicos alertaram anteriormente que até US$73 milhões em doações políticas da FTX poderiam ser alvo de recuperação para reembolsar os especulados 1 milhão de credores devidos até US$10 bilhões a US$50 bilhões em seu caso de falência.
Enquanto isso, alguns membros do Congresso dos EUA, que recebem as contribuições políticas da FTX, doaram os fundos para instituições de caridade em uma tentativa de se distanciar da exchange e de seu fundador.
Membros do Congresso, como o líder eleito democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, e o líder democrata do Senado, Dick Durbin, doaram dinheiro recebido da FTX para várias instituições de caridade.
O senador republicano, John Hoeven, também doou os $11.600 que recebeu do co-CEO Bankman-Fried e da FTX Digital Markets, Ryan Salame, para o Exército de Salvação.
No entanto, a FTX disse que essas transferências de caridade não serão suficientes para impedir que ela venha atrás dos fundos, afirmando:
“Fazer um pagamento ou doação a um terceiro (incluindo uma instituição de caridade) […] Não impede que os Devedores FTX busquem a recuperação.”
Bankman-Fried foi o segundo maior contribuinte do Partido Democrata nas eleições de meio de mandato de 2022, com $36,8 milhões enviados aos candidatos. Ele também canalizou US$5,2 milhões para a campanha presidencial de Joe Biden em 2020 nos Estados Unidos, tornando-se seu segundo maior “CEO-colaborador”.
Em uma entrevista em 16 de novembro com o vlogger ‘Tiffany Fong’, o fundador da FTX afirmou ter:
“Doado quase o mesmo para ambas as partes, mas suas doações para os republicanos eram duvidosas.”
Outros executivos da FTX, como Salame, doaram cerca de US$20 milhões para candidatos republicanos, com o diretor de engenharia, Nishad Singh, doando pelo menos US$500.000 para os democratas de Oregon.
Em 13 de dezembro, Bankman-Fried foi acusado de violações das leis de financiamento de campanha, incluindo violações de contribuições, obstrução das funções da Comissão Eleitoral Federal e contribuições em nome de terceiros.
