O criptomercado e as bolsas caem de forma diferente

criptomercado e as bolsas

Logo na primeira quinzena de março de 2020, acompanhamo umas das cenas mais assustadoras que um investidor pode presenciar: o criptomercado e as bolsas caíram de forma adoidada. Porém, quem não estava em pânico e prestou atenção no que estava acontecendo pôde constatar que o criptomercado e as bolsas caem de forma diferente.

Dessa forma, em alguns momentos de forte queda das bolsas, tivemos o alavancamento do criptomercado. No entanto, em outros o criptomercado e as bolsas cresciam juntos. E o último cenário (o mais chocante de todos) foi ambos caírem como se não existisse chão.

Enquanto o S&P 500 teve uma queda de 2.000 pontos, correspondendo a 7,6% de valor, o Bitcoin, no mesmo período, caiu apenas 5%. Embora os números estejam próximo, devemos lembrar do impacto que o S&P 500 têm sobre o mercado. De fato, fazendo as contas corretamente, a variação de 7,6%  no S&P 500 corresponde a 41% do Bitcoin.

O Bitcoin é conhecido por ser um ativo altamente volátil, podendo oscilar bruscamente entre 5% a 10%. No entanto, no dia 12, o BTC caiu enormes 45% em menos de 24h, algo fora do comum, que pegou desprevenido até mesmo para o investidor mais experiente do criptomercado.

Sem argumentos que correlacionem o criptomercado e as bolsas

O medo de recessão paira no ar, e a maioria dos investidores não sabem como reagir a tais mudanças bruscas de preço. Da mesma forma, por mais estranho que possa parecer, nenhuma correlação entre o criptomercado e as bolsas foi confirmada até o momento.

Além disso, para piorar a situação, todos as “reservas de valor” foram afetadas pelo coronavírus. Até mesmo o ouro, o intitulado “Deus” da reserva de valor, acabou por fracassar em sua missão de segurar as pontas.

O Bitcoin também não merece uma coroa de louros, pois seu desempenho nesse começo de crise já se mostrou insatisfatório. Investir em um ativo que desvaloriza 45% em 24h é coisa de quem curte saltar de paraquedas – só que sem o paraquedas.

Houveram tentativas de correlacionar o criptomercado e as bolsas, mas isso não foi feito de forma clara. De fato, coletar e “limpar” os dados produzidos durante o período que estamos passando é uma tarefa hercúlea, e uma pessoa por conta não conseguiria realizá-la, mesmo sendo um Cientista de Dados Sênior.

Muita informação para filtrar, muitas hipóteses para testar

Podemos formular a hipótese, por exemplo, de que uma queda nas bolsas seguida de um aumento no criptomercado seria resultado da migração dos investidores. Da mesma forma, uma queda no mercado cripto e um aumento nas bolsas significam o processo inverso do anterior. Porém, e quando ambos caem? Para onde os investidores estão migrando?

Fora isso, um aumento nas bolsas e uma diminuição no criptomercado nem de longe significa que houve migração de investidores. Sabe o motivo disso? Existem inumeráveis variáveis que estão em jogo, todas atuando e corroborando para determinados comportamentos.

Assim temos muito “ruído” nas informações coletadas, tornando a análise completamente sem sentido. Dessa forma, qualquer informação encontrada por meio desse método deve ser contestada veementemente, dado que a verdade permanece nas sombras.

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